São Paulo, quinta-feira, 9 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Maridos sabem de atividade

DA SUCURSAL DO RIO

A maior parte das prostitutas pesquisadas pelo PIM (Programa Integrado de Marginalidade) tem parceiros fixos.
Não foi feita uma avaliação estatística, mas, em entrevistas pessoais, a secretária-executiva do PIM, Celia Szterenfeld, percebeu que muitos maridos ou companheiros dessas mulheres sabem que elas se prostituem. "Sabem e encaram como sendo um trabalho como outro qualquer."
As entrevistadas têm em sua maioria de 20 a 39 anos, moram na Baixada Fluminense e contribuem com seu trabalho para o sustento de crianças com menos de 15 anos (veja quadro acima).
Celia diz que o perfil social básico dessas "profissionais do sexo" é de baixa renda. São mulheres que, em geral, encaram a prostituição "como apoio à renda familiar".
Os pesquisadores notaram que os ganhos dessas mulheres diminuíram muito nos últimos anos. "Antes, tinha mais dinheiro circulando", afirma Celia.
As mulheres se queixam que, com o Plano Real, muitos clientes estão com menos dinheiro. Por outro lado, a 'concorrência' também teria aumentado.
A maioria das pesquisadas (88%) respondeu que realiza de dois a cinco programas por dia, sendo que 97% delas cobrando de R$ 15 a R$ 30 por cliente.
Nas entrevistas com as pesquisadas, segundo Celia, surge "uma preocupação com os métodos de criação dos filhos".

Texto Anterior: 'Sem camisinha, nada feito'
Próximo Texto: Estuprada vai saber em DP de direito a aborto
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.