São Paulo, quinta-feira, 9 de outubro de 1997
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Roubos aumentam 16,5% em São Paulo

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Os casos de roubo aumentaram 16,5% na cidade de São Paulo de janeiro a setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.
O número de furtos também cresceu, mas em menor proporção: 6,8%. Foram 64.838 neste ano contra 60.715 no ano passado.
Os outros dois tipos de crime acompanhados pela secretaria apresentaram redução. O número de homicídios dolosos na cidade recuaram de 3.762 nos sete primeiros meses de 96 para 3.509 no mesmo período deste ano. A queda foi de 6,7%. Já os casos de furto e roubo de veículos tiveram uma queda mais acentuada no período: 11,4%.
Na Grande São Paulo, a tendência revelada pela secretaria nos nove primeiros meses do ano é semelhante. Os roubos e furtos tiveram um aumento de, respectivamente, 16,5% e 6,8%, enquanto houve queda de homicídios (11,4%) e furtos e roubos de veículos (6,7%).
Por outro lado, a comparação dos índices de violência de setembro em relação aos de agosto mostra que há uma tendência de redução de criminalidade.
Segundo a secretaria, a maior queda proporcional ocorreu no número de homicídios. Foram 389 assassinatos em setembro contra 414 em agosto, representando uma redução de 6% na capital.
Os casos de roubos e de roubos e furtos de veículos caíram na mesma proporção: 5,2%. A menor queda foi nos números de furto, que diminuíram apenas 0,5%.
Na Grande São Paulo, a mesma comparação também mostra queda nos índices de homicídios, roubos e furtos e roubos de veículos. Apenas os furtos aumentaram na região entre agosto e setembro.
Novo comandante
O secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, acredita que a queda tenha sido motivada pela mudança do comandante-geral da Polícia Militar. O novo comandante-geral, coronel Carlos Alberto de Camargo, que assumiu no dia 19 de setembro, afirma ter priorizado o policiamento ostensivo, colocando um número maior de policiais nas ruas.
"Depois da troca de comando, houve uma mudança substancial nas ações de policiamento ostensivo e preventivo que pode ter refletido nos resultados de setembro", afirma José Afonso. Mas ele ressalta que isso é apenas uma tendência, que ele espera que seja confirmada nos próximos meses.
Mas o sociólogo Paulo Mesquita, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, acha que é precoce associar a queda na criminalidade em setembro à posse de Camargo.

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