São Paulo, quinta-feira, 9 de outubro de 1997
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Prefeitura só reparou 16% das áreas de risco

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo tendo conhecimento há mais de dois anos de 473 áreas de risco de deslizamento de terra e de inundação na cidade, a Prefeitura de São Paulo reparou apenas 16% destes locais.
Mesmos nos locais em que a administração Celso Pitta diz ter sanado os problemas, ainda há pessoas morando em áreas de risco iminente de deslizamento (leia texto ao lado).
O abandono dessas áreas pela prefeitura foi constatado em uma comparação de dois relatórios da Coordenadoria de Urgências Urbanas e Áreas de Risco (Courge), da Secretaria das Administrações Regionais (SAR).
O relatório com dados do verão de 1994/95 apontava 473 áreas de risco na cidade. O levantamento de 1997, concluído há um mês, mostra um crescimento de 101% -953 áreas de risco.
Mas, dos 473 pontos registrados no primeiro relatório, 395 áreas (84%) continuam sendo considerados de risco em 1997.
Na Administração Regional de Campo Limpo (zona sul), por exemplo, foram registradas 147 áreas de risco no primeiro relatório. Pelo novo levantamento, todos esses locais continuam apresentando risco à população.
Além disso, no período foram registrados 194 novos pontos na região, totalizando 341 áreas de risco em Campo Limpo (a recordista da cidade, com cerca de 35% do número total).
Em 13 das 27 administrações regionais da cidade, as áreas de risco permanecem as mesmas (veja quadro abaixo).
Segundo o secretário municipal das Administrações Regionais, Alfredo Mário Savelli, a explicação para o fato de a prefeitura não ter resolvido a maior parte dos problemas está na falta de verbas destinadas à pasta.
Crescimento
O aumento de 101% no número total de áreas de risco em São Paulo preocupa a Defesa Civil do município, já que os meteorologistas estão prevendo um verão muito chuvoso na região Sudeste do país por causa do El Niño (fenômeno de aquecimento das águas do oceano Pacífico).
No último verão, quatro pessoas morreram em deslizamentos de terra ou inundações causadas pelas chuvas na cidade. Outras quatro ficaram feridas e 380 paulistanos ficaram desabrigados.
No verão de 95/96, foram registradas cinco mortes, 15 pessoas feridas e 184 desabrigadas.

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