São Paulo, quinta-feira, 9 de outubro de 1997
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Brasil é 1º em desmatamento, diz estudo

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Relatório divulgado ontem pela WWF (Fundo Mundial para a Natureza), em Londres, apontou o Brasil como o campeão mundial do desmatamento de florestas tropicais nos últimos anos.
Segundo a Folha informou no último domingo, a taxa anual de desmatamento na floresta amazônica é de 14,9 mil km2.
Se a taxa de desmatamento for mantida, a Amazônia terá, até o final deste ano, uma área devastada de 514,7 mil km2.
Segundo o diretor da área de florestas do WWF, Francis Sullivan, o desmatamento na Amazônia é causado por dois fatores: as queimadas e a abertura de estradas.
Apesar de o Brasil ser apontando hoje como o campeão do desmatamento, historicamente, de acordo com o trabalho do WWF, a América Latina é apenas o quarto continente que mais destruiu florestas nativas no mundo.
Segundo o WWF, a América Latina já desmatou 41% de suas matas -atrás da Ásia (88%), Europa (62%) e África (45%). Numa posição melhor do que a da América Latina, aparecem a América do Norte, que desmatou 39% de suas florestas nativas, e Rússia (35%).
O estudo do WWF afirma que dois terços das florestas tropicais do mundo já foram destruídas.
FHC
O presidente Fernando Henrique Cardoso convocou ontem de manhã uma reunião ministerial para discutir o relatório do WWF.
As denúncias do WWF foram reforçadas por declarações de João Antônio Raposo Pereira, coordenador de monitoramento atmosférico do Ibama, em entrevista à Rede Globo. Pereira afirmou que os satélites utilizados pelo órgão não são adequados para as funções que deveriam desempenhar.
O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, desmentiu as informações. Ele disse que o governo vai divulgar, no dia 30 de novembro, um documento denominado "Índice de Desmatamento da Amazônia", apontando dados positivos sobre a questão ecológica.
Segundo Amaral, o documento indica a diminuição da quantidade de queimadas, de desmatamentos e da ação de madeireiras.
Amaral afirmou também que um quarto das queimadas identificadas pelo Ibama foram observadas por meio de satélites. Ele disse que o sistema é coordenado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), responsável pelo maior monitoramento feito em florestas tropicais no mundo.

Colaboraram as agências internacionais

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