São Paulo, quinta-feira, 9 de outubro de 1997
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BH perde 6.000 bares em menos de 1 ano

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Belo Horizonte está deixando de ser a capital nacional dos bares. Uma crise atinge o setor, e, desde o início deste ano, já fecharam na cidade cerca de 6.000 estabelecimentos como bares, restaurantes, casas noturnas e lanchonetes.
A crise foi detectada em levantamento feito pelo Sindhorb (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte e Grande BH), que ficou "assustado" com a quebradeira, segundo o presidente da entidade, Paulo César Marcondes Pedrosa.
Em dezembro de 96, a cidade tinha 18 mil estabelecimentos. Nove meses depois, esse número caiu para 12 mil, e continua em queda. No período, 33% dos bares e similares da cidade deixaram de existir, acabando com 10 mil empregos.
Comparando com os 273 dias dos nove primeiros meses de 97, chega-se à média de 22 estabelecimentos fechando as portas por dia. Por projeção, mais 2.000 estabelecimentos serão fechados até dezembro. O que reforça a projeção, segundo o sindicato, é a alta inadimplência, que beira os 50%.
Com tantos bares e casas noturnas, Belo Horizonte ganhou o título informal de "capital brasileira dos bares". A cidade chegou a ter média de um bar para cada 138 habitantes, superior ao de capitais como São Paulo e Rio de Janeiro (considerando uma população de 2,5 milhões, cerca de 400 a mais do que a população da capital mineira, já que os moradores de cidades vizinhas vêm consumir na cidade). Atualmente, o índice subiu para um bar para cerca de 200 pessoas.
Para o sindicato, a situação deve se estabilizar em 98, quando o número de bares, casas noturnas, restaurantes e lanchonetes atingir uma proporção próxima à existente nos anos 80.
Pedrosa disse que o crescimento do setor a partir dos anos 90 está tendo graves consequências agora. Ele diz que o desemprego foi um dos motivos desse crescimento.
No final dos anos 80 eram entre 6.000 a 7.000 bares e similares na cidade.
Segundo o presidente do sindicato, os PDVs (Plano de Desligamento Voluntários) adotados por empresas ao longo dos anos 90 foram um incentivo para que trabalhadores partissem para um negócio próprio.

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