São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ACM vê 'prepotência' norte-americana

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), afirmou ontem que o governo norte-americano não tem autoridade para falar de corrupção no Brasil, porque, naquele país, "os casos de corrupção se multiplicam" e envolvem o próprio presidente Bill Clinton.
As acusações contra o governo e o presidente norte-americanos foram uma reação de ACM ao documento elaborado pela embaixada dos Estados Unidos, destinado a empresários daquele país, que considera a corrupção "endêmica na cultura brasileira".
O senador disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso "deveria ter sido mais enérgico" na defesa do país.
"Nós temos que reagir a isso. Do contrário, porque somos mais pobres, ficaremos sempre humilhados", afirmou ACM.
Prepotência
"É uma atitude prepotente, como os americanos costumam fazer. E, infelizmente, os países aceitam. Não vejo nenhuma autoridade nos Estados Unidos em falar em corrupção, quando os casos de corrupção se multiplicam também lá", disse.
ACM continuou, afirmando que falta ainda aos EUA autoridade para acusar o Brasil de corrupção "porque o próprio presidente da nação americana é vítima de processos e processos que já são fundamentados, por causa dos quais ele pode até perder o cargo", disse o presidente do Senado.
Escândalo
Clinton está no centro de um escândalo sobre financiamento de eleições. O presidente da comissão do Senado dos EUA sobre financiamento, Fred Thompson, disse anteontem que Clinton deve assumir a responsabilidade pelos abusos do Partido Democrata nas eleições de 96.

Texto Anterior: EUA mudam relatório com crítica ao Brasil
Próximo Texto: Vitrine da visita de Bill Clinton é vista como desperdício nos EUA
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.