São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997
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'Fast track' passa por comissão, mas aprovação final é incerta

DE WASHINGTON

A legislação que dá poder ao presidente dos EUA para negociar acordos comerciais, conhecida como "via rápida" ("fast track"), superou o segundo obstáculo da tramitação legislativa, mas seu destino final continua muito incerto.
A lei, que Bill Clinton gostaria de ter visto sancionada antes de sua viagem à América do Sul, foi aprovada pela Comissão de Finanças da Câmara por 24 votos a 14. Mas só 4 dos 16 deputados do partido do governo que integram a comissão votaram a seu favor.
Como aconteceu com o debate sobre o Acordo Norte-Americano de Livre Comércio, Clinton precisa dos votos da oposição para vencer. Os do governo serão contra.
O presidente da comissão, Bill Archer, disse que caso sete deputados do governo tivessem votado a favor do projeto, ele poderia prever sucesso na votação final no plenário. Clinton jogou pesado para conseguir esses sete votos.
A "via rápida" significa que o Congresso não pode emendar acordos de comércio negociados pelo presidente. Só pode aprová-los ou não por inteiro.
A maioria absoluta dos observadores políticos acha que o presidente chegaria à América do Sul em posição mais forte se a legislação estivesse bem encaminhada.
Sem poder garantir que a "via rápida" vai passar, Clinton não tem condições de pressionar, por exemplo, FHC a aceitar as posições dos EUA quanto ao processo de construção da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
EUA e Brasil estão em desacordo sobre a velocidade e os procedimentos para organizar a Alca. O Brasil prefere ir mais devagar, de modo a solidificar o Mercosul e dar tempo à sua indústria para se preparar. Os EUA querem andar mais rápido para recuperar o espaço perdido para Europa e Japão no comércio com a América Latina.

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