São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997 |
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Mais 5 pessoas denunciam Prona por compra de vaga
IGOR GIELOW
Anteontem, a Folha revelou que o partido cobra R$ 7.000 para fornecer legenda para candidatos a deputado estadual em São Paulo. O partido edita cartilhas, a R$ 10 cada, com opiniões político-econômicas de seu fundador, o cardiologista Enéas Carneiro. Para conseguir sua vaga, o interessado precisa comprar 700 cartilhas -segundo a Folha presenciou durante negociação sobre uma vaga reclamada pelo vereador do Prona Romeu Pepino (Osasco). O valor da vaga também é negociado. Uma pessoa chegou a oferecer a vaga que lhe havia custado R$ 7.000 por R$ 15 mil. Os novos casos são de 1994, 1996 e deste ano. Enéas determinou a criação de uma sindicância para apurar eventuais irregularidades em seu partido, mas descartou o mercado de vagas. O primeiro caso envolve Sérgio Aparecido Cruz Carvalho, de Araguari (MG). "Eu me ofereci para fundar o partido na minha cidade e depois ser candidato. Me pediram para pagar R$ 4.500." No segundo caso, de agosto do ano passado, o despachante Carlos Augusto de Carvalho procurou o Prona para abrir um escritório do partido em Barretos (SP) e preparar as eleições de 1998. Segundo ele, enviados do partido disseram que só seria possível se ele comprasse pelo menos 400 cartilhas. "Só que pediram um preço ainda maior, de R$ 40 cada." A terceira denúncia é de Valdelício de Andrade. Há um mês, como membro da Associação de Moradores do Parque Europa (São Paulo), ele diz ter procurado o presidente regional do Prona no Estado, Milton Melfi. "Disse que daria um bom candidato a deputado. Ele me pediu R$ 7.000 em cartilhas e disse que eu poderia revendê-las", afirmou Andrade. Melfi nega a limitação a quem não consegue contribuir (leia texto ao lado). O valor de R$ 7.000 também foi pedido no começo do mês para José Carlos Octaviani, de Agudos (SP). "Eu pedi ajuda para montar o partido e sair para deputado." Octaviani afirma então que Melfi pediu os R$ 7.000 para a candidatura mais R$ 8.000 para a montagem do diretório municipal do Prona em Agudos. Melfi nega. Em Ribeirão Preto (SP), o sindicalista Walter Gomes de Oliveira protagoniza o quinto caso, dizendo que teve que comprar 500 cartilhas a R$ 5 cada para se filiar ao partido de Enéas. Mas ele nega que isso tenha sido uma compra de vaga, tanto que permanece candidato a deputado estadual. "Foram apenas as cartilhas para entregar aos meus eleitores", disse. Colaborou a Folha Ribeirão Texto Anterior: Apertem os cintos Próximo Texto: 'É justo que vereador colabore com o partido', afirma Enéas Índice |
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