São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997
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Para ACM, Câmara não mudará texto

Aprovação será unânime, diz pefelista

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse ontem estar confiante de que a Câmara vai manter o texto da reforma da Previdência aprovado anteontem pelo Senado.
Na sua opinião, será uma desmoralização para a Câmara se o privilégio dos juízes for restabelecido pelos deputados.
Ele disse não acreditar inclusive que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), procurador afastado de São Paulo, vá defender a mudança da reforma da Previdência aprovada pelo Senado. O senador previu uma aprovação "quase unânime" na Câmara.
Segundo ACM, não há clima para recuo. A iniciativa do Senado, acabando com o privilégio da aposentadoria dos magistrados, dos militares e dos parlamentares -neste caso em outro projeto de lei, já aprovado pela Câmara-, atendeu à opinião pública e fortaleceu a imagem do Congresso.
O presidente do Senado disse não acreditar em supostas retaliações por parte dos magistrados, mas garantiu estar preparado, se isso ocorrer.
"Sou homem que ando corretamente, procedo bem e não preciso da Justiça para me ajudar", disse. E ameaçou: "Se eles (juízes) quiserem ser menores, saberei agir".
Segundo o entendimento de ACM, a Câmara não poderá fazer alterações na emenda aprovada pelo Senado. Os deputados, segundo ele, só têm duas opções: aprovar o projeto como saiu do Senado ou rejeitar tudo e voltar ao texto originalmente aprovado pela Câmara, em julho de 96.
Quanto aos militares, ACM disse que as modificações não foram grandes. E, por isso, não devem provocar maiores reações das Forças Armadas.
Em conversas com amigos, o presidente do Senado lamentou que os líderes dos partidos governistas (PFL, PSDB, PMDB e PPB) e o líder do governo, Elcio Alvares (PFL-ES), não tenham compreendido a importância da votação e tenham defendido o privilégio da magistratura.

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