São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997
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Planalto deve ter mudanças

ELIANE CANTANHÊDE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As cúpulas do PSDB e do PFL articulam uma reformulação na composição do Palácio do Planalto, caso o presidente FHC seja reeleito em 1998. A idéia é introduzir no Planalto pelo menos um político de primeiro time do PSDB ou do PFL, com amplo trânsito no Congresso, boa mídia e capaz de produzir idéias de apelo popular para FHC encampar.
Os dois nomes mais fortes são o do governador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o do deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL), líder do governo na Câmara. Ambos, porém, estão condicionados às eleições de seus próprios Estados.
Com a ida de Ciro Gomes para o PPS, Jereissati pode ser compelido a concorrer à reeleição. Os políticos cearenses acham que o atual líder no Senado, Sérgio Machado, "não é páreo".
Já Luís Eduardo não consegue resolver um dilema que arranha o limite do pessoal. Ele diz que fez carreira na política nacional e prefere concorrer ao Senado. Garantiria sua presença em Brasília e no eventual segundo mandato.
Entretanto, seu pai, o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, acha que o futuro do filho passa por uma experiência executiva bem-sucedida na Bahia. Quer vê-lo candidato a governador.
Apesar de todas as turbulências provocadas pelo ministro Sérgio Motta (Comunicações), ele integra o conselho informal da campanha.
Há muitas resistências internas ao estilo do ministro. Tucanos e pefelistas, entretanto, apostam que ele não será alijado do centro do poder. O próprio ACM já andou dizendo em jantares informais que "ninguém tira a coordenação da campanha do Serjão".
Motta participou, inclusive, do jantar de FHC com o governador Mário Covas e Jereissati, em São Paulo, no último domingo.
As críticas à falta de articulação política e de programas e teses com apelo popular, no Palácio do Planalto, já se tornaram rotina nas reuniões das duas cúpulas. Serjão é o mais exaltado ao verbalizá-las.
Tucanos e pefelistas estão convencidos de que o deputado Luiz Carlos Santos (ex-PMDB, atual PFL) não correspondeu à expectativa do seu cargo, o de ministro da Articulação Política. Até porque FHC não lhe deu espaço.
Acham, também, que os ministros Eduardo Jorge (Secretaria Geral da Presidência) e Clóvis Carvalho (Casa Civil) têm perfil técnico e status de assessores.

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