São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997
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EUA punem 'assédio sexual' infantil

JULIANA GARÇON
DA REDAÇÃO

Os EUA têm assistido a casos de punições severas aplicadas a crianças sob acusação de assédio sexual.
Jonathan Prevette talvez tenha sido o precursor da onda de acusações de assédio sexual infantil. Com 6 anos, foi suspenso por uma semana pela diretora de sua escola, em setembro de 96, em Lexington, Carolina do Norte (Costa Leste dos EUA), por ter beijado uma colega no rosto.
A porta-voz das escolas públicas de Lexington, Jane Martin, apoiou a diretora: "Ela agiu conforme o regulamento". O código de comportamento nas escolas da cidade proíbe "assédio sexual" entre estudantes.
Uma semana depois, De'Andre Dearinge, com 7 anos, foi suspenso de uma escola de Nova York pelo mesmo motivo. A suspensão foi revogada um dia antes do fim da punição.
No começo do ano, o Departamento de Educação decidiu que Johnathan não havia praticado assédio sexual e pediu às escolas bom senso ao tratar de casos de expressão de carinho ou intimidade entre crianças pequenas.
Ainda assim, um menino de 6 anos foi suspenso por um dia na Freeman Elementary School, em Flint (norte dos EUA). Motivo: tocou as nádegas de uma colega quando brincava de pega-pega.
A diretora Sandra Pillow disse que "antigamente meninos e meninas podiam brincar esse jogo, mas os tempos mudaram". A direção argumentou ainda que a punição era necessária para mostrar a preocupação da escola com os direitos das meninas.
Foi também por encostar nas nádegas de uma colega, dessa vez na fila do lanche da escola, que um estudante de 9 anos foi indiciado pela polícia dos EUA.
O incidente aconteceu em março, na Glebe Elementary School, em Arlington (região metropolitana de Washington). Segundo o advogado do garoto, ele esbarrou na menina, que também tem 9 anos, ao tentar pegar uma fruta. O menino foi transferido para uma escola para crianças que precisam de educação especial.
Agressões no Brasil
Em maio de 94, Noelle Tadeu Jorge Elias, então com 9 anos, levou um tapa no rosto do professor de espanhol Manuel Dias Blanco no Colégio Miguel de Cervantes, no Morumbi (zona sul de São Paulo).
Já o professor primário Amagir Natálio da Silva virou notícia em 95 por usar uma palmatória como método pedagógico no Sítio Exu, na zona rural de Junco do Seridó (a 233 km de João Pessoa).

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