São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997
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Advogado de Papon diz que foi atacado na saída de tribunal

MARIANE COMPARATO
DE PARIS

Jean-Marc Varaut, advogado do ex-funcionário do governo de Vichy Maurice Papon, denunciou à TV francesa LCI ter sido atacado por manifestantes ontem em Bordeaux (sudoeste da França).
Segundo ele, um grupo vindo de Paris colou cartazes no carro em que ele estava, junto com mais dois advogados de defesa de Papon, quando saía do tribunal em que o ex-funcionário de Vichy (governo francês durante a Segunda Guerra Mundial, quando o país foi dominado pela Alemanha nazista) começou a ser julgado anteontem. Ele conseguiu se escapar, mas foi alcançado em um sinal vermelho.
Papon, que foi secretário-geral da Prefeitura de Gironde nos anos de Vichy, é acusado de ter ordenado a prisão de mais de 1.500 judeus que mais tarde, em sua maioria, morreriam em campos de concentração nazistas.
Saúde de Papon
Os dois peritos médicos designados para verificar o estado de saúde de Papon concluíram que o acusado deve ficar durante o processo em um hospital com assistência cardiológica permanente.
Varaut havia dito anteontem que Papon, 87, poderia morrer caso continuasse preso na cela de 10 m2 em que é mantido atualmente.
Os peritos visitaram a cela e constataram que ela é "pequena, desconfortável e a cama estreita demais". Papon implantou no ano passado três pontes de safena.
Os peritos declararam que "a gravidade de seu estado cardíaco é indubitável e há risco de complicações inesperadas". De fato, Papon sentiu um mal-estar ontem durante uma suspensão da audiência.

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