São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997
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O fim de mais um governo italiano

- 500 dias de governo
16.mai.96 - Romano Prodi, líder da coalizão de centro-esquerda Olivo, é indicado como primeiro-ministro com o apoio do partido Refundação Comunista. É o primeiro governo de esquerda na Itália desde a Segunda Guerra Mundial
24.mai - Governo ganha voto de confiança no Senado
31.mai - A Câmara dos Deputados apóia, por 322 votos contra 299, o governo de Prodi
19.jun - A Refundação Comunista concorda com apoiar proposta de mini-Orçamento para cortar o déficit público em US$ 25,9 bilhões
1º.ago - Mini-Orçamento aprovado pelo Parlamento
27.set - Governo revela o Orçamento de 1997, prevendo cortes equivalentes a US$ 104 bilhões
7 a 21.dez - Maior parte das diretrizes orçamentárias são aprovadas. O governo sobrevive, no período, a cinco votos de confiança
9.abr.97 - A Refundação Comunista se opõe ao envio de tropas italianas para a conturbada Albânia. A Aliança Livre, de oposição, garante a aprovação da medida com seu apoio
12.abr - Governo sobrevive a segundo voto de confiança em três dias
6 a 15.mai - Prodi vence sucessivos votos de confiança e consegue aprovar mini-Orçamento de 1997, com cortes equivalentes a US$ 26 bilhões
28.set - Gabinete aprova proposta de Orçamento para 1998, com cortes nos gastos com sistema previdenciário
1º.out - Os comunistas anunciam que não vão votar pelo Orçamento e retiram seu apoio ao governo no Parlamento

- Romano Prodi
Idade: 56 anos
Profissão: professor de economia
Formação: Universidade Católica de Milão (graduação em 1961); Escola de Economia de Londres (pós-graduação)
Estado civil: casado
Filhos: dois homens
Partido: Democrático de Esquerda (PDS, em italiano)

- Os cortes orçamentários
. Prodi vem realizando redução nos gastos do governo para fazer com que o déficit público caia a 3% do Produto Interno Bruto (PIB). A cifra é a exigida para que o país adote o euro (moeda única européia) em 1998

- Por que o governo caiu
. Comunistas se recusaram a aprovar Orçamento para 1998 que previa cortes de 5 trilhões de liras (US$ 2,9 bilhões) principalmente no sistema previdenciário do país
. Sem o apoio da Refundação Comunista, a base de sustentação de Prodi no Parlamento se tornou minoritária

- Os candidatos a premiê
. Romano Prodi (atual primeiro-ministro)
. Lamberto Dini (ex-premiê e atual chanceler)
. Carlo Azeglio Ciampi (ex-premiê e atual ministro do Tesouro)

- Próximos passos
. O presidente italiano, Oscar Luigi Scalfaro, determinou que Prodi permaneça no cargo interinamente
. Há duas alternativas: ou forma-se uma nova coalizão governista, ou convocam-se novas eleições

O governo era o
55º
a assumir o poder na Itália desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945)

Prodi sobreviveu a
23
votos de confiança no Parlamento italiano

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