São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997
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Fidel propõe reformas dentro do socialismo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente de Cuba, Fidel Castro, afirmou anteontem, no discurso inaugural do Quinto Congresso do Partido Comunista, que está aberto a todas as reformas econômicas, menos às que impliquem uma renúncia ao socialismo.
Trechos do discurso, de seis horas e 45 minutos, foram divulgados ontem pela "Agencia de Información Nacional" ("AIN"), oficial, no mesmo dia em que os 1.500 delegados do congresso deram início ao segundo dia do evento, ao qual a imprensa internacional não tem acesso.
"Estamos abertos a todas as possibilidades econômicas, menos à de renunciar ao socialismo, às conquistas da revolução, à unidade do povo, a admitir que outros sejam donos de nossa independência e de nosso destino", disse o presidente, segundo a "AIN".
Em parte do discurso, difundido pela TV estatal cubana, o líder comunista defendeu as reformas econômicas iniciadas em 1993 e que conseguiram recuperar parcialmente a economia do país, abalada pelo fim da URSS, até então o principal patrocinador do regime cubano.
O congresso do PC de Cuba, o primeiro desde 91, não deve trazer mudanças nos rumos do país, dominado pelo pulso forte de Fidel.
O discurso do líder cubano reafirmou o passo das reformas econômicas, tímidas se comparadas às da China, a principal potência comunista do mundo.
No plano político, um documento aprovado na madrugada de ontem pelo congresso confirmou a manutenção do sistema de partido único ao menos para além do ano 2000. O documento, intitulado "O Partido da unidade, a democracia e os direitos humanos que defendemos", equivale, segundo o governo cubano, a um plebiscito.
Acusação
Fidel voltou a acusar cubanos nos EUA por atentados recentes ocorridos em áreas turísticas do país, setor vital para a economia da ilha. Segundo o presidente cubano, os mais de 20 atentados acontecidos nos últimos meses foram "organizados dos EUA".
Um italiano morreu em 4 de setembro, quando uma bomba explodiu em um hotel de Havana em que ele estava hospedado. Um salvadorenho está detido acusado pelo atentado. "Todas essas explosões são obra da Fundação Nacional Cubano-Americana. Não há dúvida a esse respeito", afirmou.
Desde que a revolução comandada por Fidel derrubou o governo do ditador Fulgêncio Batista, em 1959, milhares de dissidentes cubanos fugiram para os EUA.

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