São Paulo, domingo, 12 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Defesa da concorrência; Pedra no caminho; Solução de consenso; Passo do elefantinho; Cabo-de-guerra; Medos e barganhas; Rédea presa; "Day after"; De fora; Somando valores; Tapando os ouvidos; Aceitando mudanças; Selo financeiro; O sentido da inércia; Sob controle

DE FORA

Defesa da concorrência
'Se estiver capitalizado e saneado, o Banespa pode vir a ter preço mínimo muito alto, o que diminuiria a concorrência e dificultaria a privatização. Nesse caso, uma possibilidade a ser estudada seria dividir o banco", diz Roberto Setubal, presidente da Febraban.

Pedra no caminho
Para Setubal, um possível processo contra o BC por parte de ex-diretores ou ex-presidentes do Banespa não impediria a privatização. "Mas, sem dúvida, toda a incerteza desvaloriza o ativo."

Solução de consenso
Setubal confirma: "Estamos trabalhando na construção de uma chapa única na Febraban". Ou seja, até o ano 2000 ele deve continuar na presidência e Paulo Guilherme Monteiro Lobato, na vice.

Passo do elefantinho
Para Paulo Mallmann, do Bicbanco, "o Banespa é um elefante adormecido. Tem um nome, um fundo de comércio importante, linhas lá fora, está 'up to date' em prestação de serviços e não tem agência micada".

Cabo-de-guerra
Para Ricardo Berzoini, do Sindicato dos Bancários, a venda do Banespa está amarrada. "A turma de ex-diretores ligada ao Fleury pressiona o BC para que contabilize o balanço do banco de forma a tirar algumas responsabilidades que podem recair sobre eles."

Medos e barganhas
Segundo Berzoini, os grandes bancos privados "morrem de medo" que um deles compre o Banespa. Também os Estados se aproveitam para "barganhar" nas renegociações de suas dívidas.

Rédea presa
O juro determinado pelo câmbio é viável ao longo prazo? "Não é. A menos, é claro, que as autoridades sejam politicamente capazes de condenar o Brasil a operar em marcha muito lenta até o infinito", diz o ING Barings.

"Day after"
O mercado ainda não se deu conta de que os investimentos nas áreas de energia elétrica e de telefonia (fixa e celular) pós-privatização vão movimentar mais de US$ 100 bilhões nos próximos 10 ou 12 anos, diz Demósthenes Madureira, diretor do BC.

"Me perguntam o que vai acontecer depois da privatização. Se tem dado pouca ênfase ao fato de que esses investimentos vão gerar um fluxo de capitais importante e parte substancial vai vir mesmo do exterior", diz Madureira.

Somando valores
Nas contas do governo, a privatização vai gerar dois movimentos distintos de entrada de capitais: o primeiro, para comprar as empresas (cuja arrecadação total prevista é de até US$ 90 bilhões) e o segundo, dos investimentos.

Tapando os ouvidos
As regras para a participação dos candidatos à Fiesp na reunião do Decor, no Guarujá, no próximo final de semana, deixaram o coordenador de campanha de Joseph Couri, Antonio Gonçalves, de cabelo em pé. "São piores do que a Lei Falcão." Os candidatos e seus assessores não poderão ficar na sala enquanto o oponente falar.

Aceitando mudanças
Horácio Lafer Piva diz que as regras do encontro do Guarujá foram definidas pelo Decor e nenhum dos candidatos foi consultado. "Cabe a mim cumprir as regras. Mas eu não faria objeção a ter o outro candidato assistindo à minha exposição. Não haveria problema se as regras fossem outras."

Selo financeiro
A Anbid prepara uma espécie de selo de qualidade para operações de emissão e venda de papéis. Elabora conjunto de padrões mínimos que terão de ser seguidos por seus associados. Fará sugestões de mudanças nas regras da CVM, que, no entender de alguns banqueiros, estão desatualizadas.

O sentido da inércia

Sob controle
Joubert Rovai, do Itau Bankers Trust, conta que todo funcionário é obrigado a comunicar ao banco antes de fazer investimentos pessoais em ações. Cabe ao banco aprovar ou não a operação.

E-mail: painelsa@uol.com.br

Texto Anterior: Metade para SUS traz polêmica
Próximo Texto: Outra vez, exportar é o que importa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.