São Paulo, domingo, 12 de outubro de 1997
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Autor escreve na Folha

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Stanley Cavell, 71, professor de estética da Universidade de Harvard, que hoje começa a ter seus textos publicados pela Folha, na seção "Autores", do Mais!, é um dos principais filósofos dos EUA. O autor também está sendo pela primeira vez editado no Brasil. A Ed. 34 lança neste mês "Esta América Nova, Ainda Inabordável".
Seu trabalho de destaca em primeiro lugar porque ele trata de todas as grandes questões culturais da atualidade. Mas também porque ele ajuda seus contemporâneos a entenderem uma tradição filosófica que inclui o existencialismo, o romantismo, o transcendentalismo e Ludwig Wittgenstein.
Por tratar de temas como o cinema e a psicanálise, seu trabalho tem tido apelo para um público muito mais amplo do que o tradicional da filosofia. Mas, por não dispensar o rigor científico, ele é respeitado como poucos por seus pares.
"Ao filosofar, eu tenho que trazer minha própria língua e minha própria vida para a imaginação. O que eu exijo é juntar os critérios da minha cultura, para poder confrontá-los com minhas palavras e minha vida, enquanto eu vou ao seu encalço e enquanto eu posso imaginá-las; ao mesmo tempo, confrontar minhas palavras e minha vida enquanto eu vou ao seu encalço com a vida que as palavras da minha cultura podem imaginar para mim: confrontar a cultura consigo mesma, junto com as linhas nas quais ela se encontra em mim. Isso me parece a tarefa que justifica o nome de filosofia."
Essa é uma definição que o próprio Cavell dá para o seu trabalho intelectual e que serve de epígrafe ao livro que compila textos de sua autoria, organizado por Stephen Muhall, da Universidade de Essex, no Reino Unido ("The Cavell Reader", Blackwell Publishers).
Cavell trata em sua vasta obra de temas como o modernismo e a modernidade, os critérios e o ceticismo, linguagem, gênero e identidade. Seus textos às vezes são polêmicos, em especial os que tratam da questão do gênero. Muitos autores feministas acham que Cavell é condescendente com as mulheres e aceita estereótipos como os que as associam à passividade.
Cavell iniciou seus estudos em música, na Universidade da Califórnia em Berkeley nos anos 40 e se doutorou em filosofia em Harvard em 1961. Publicou 14 livros.

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