São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 1997
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Três paulistas e um carioca fazem enredo da Mangueira

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O samba-enredo que a Mangueira escolheu para homenagear o compositor Chico Buarque, no Carnaval 98, tem sotaque paulista.
No concurso do fim-de-semana, venceu o samba de três compositores paulistas (Nélson Rosa, Villas-Boas e Nélson Csipai) e um carioca (Carlinhos da Camisa).
Foi a primeira vez que a escola aceitou competidores que não eram da comunidade. Houve 65 sambas concorrendo.
"Foi como comemorar gol do Corinthians em final de campeonato, depois de 22 anos sem título", disse Nélson Rosa.
A vitória do samba "paulista" provocou alguns protestos. O trecho mais criticado da letra diz: "Vem buarquiando com muito axé". "Isso não lembra o Chico, lembra música baiana", disse o compositor Moacyr Luz.
"O samba não tem fronteiras", disse dona Zica da Mangueira, elogiando o intercâmbio com São Paulo. Leia abaixo a letra:

"Chico Buarque da Mangueira"
Mangueira despontando na avenida
Ecos como canta um sabiá
Lira de um anjo em verso e prosa
Faz toda a galera balançar
Hoje o samba saiu
Pra falar de você
Grande Chico iluminado
E na Sapucaí, eu faço a festa
E a minha escola chega dando o seu recado

É o Chico das artes... o gênio
Poeta Buarque... boêmio
A vida no palco, teatro e cinema
Malandro sambista carioca da gema

Marcando feito tatuagem
Acordes do seu violão
Chico abraça a verdade
Com dignidade contra a opressão
Reluz o seu nome na história
A luz que ficou na memória
E hoje o seu canto de fé, de fé
Vai buarquiando com muito axé

O lá, lá... vem pra avenida
Ver meu guri desfilar
O lá, lá... é a Mangueira
Fazendo o povo sambar

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