São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 1997 |
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'Para esperar, lavo até banheiro'
ROGÉRIO SCHLEGEL
Elaine diz que a vontade de ver o laudo não é só pela indenização. "Quero saber exatamente por que meu marido foi embora", diz. Como gerente de uma divisão do Unibanco, Ariovaldo Ricioli recebia R$ 6.000 por mês, diz a viúva. O que a seguradora oferece equivale a dois anos do salário dele. "É injusto, porque ele tinha mais uns 30 anos de carreira pela frente e iria receber promoções." Elaine tem duas filhas: Gabriella, 3, e Isabella, que nasceu três meses antes do desastre. Ela diz que não tem com quem deixá-las, por isso não trabalha e vive com R$ 945,41 brutos que ganha de pensão. "Não tenho medo de trabalhar e lavo até banheiro para não ter de aceitar os R$ 145 mil enquanto espero o laudo." Quem recebe a indenização assina um documento abrindo mão dos direitos que poderia ter se entrasse na Justiça. Elaine deixou a casa que construiu com o marido e foi morar em um apartamento com 40% da área, em bairro menos nobre de Osasco (Grande São Paulo). Despediu a empregada, depois a diarista e começou a fazer terapia. O aluguel da casa agora vai engordar seu orçamento em R$ 700. "Espero o laudo nem que tenha de me apertar por 15 anos." (RSc) Texto Anterior: Ministério nega informação a viúvas e Justiça Próximo Texto: Leasing imobiliário pode pesar no bolso Índice |
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