São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 1997
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Anúncio na TV é pouco memorizado

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quase todo mundo vê televisão, mas poucos expectadores prestam atenção aos anúncios e muitos simplesmente mudam de canal no intervalo comercial.
Esse comportamento foi quantificado em uma pesquisa encomenda pela J. Walter Thompson Publicidade, uma das dez maiores agências de propaganda no Brasil.
Com entrevistas feitas com 3.200 pessoas, com idades entre 10 e 55 anos, moradores na cidade de São Paulo, a pesquisa, realizada pelo Datafolha entre 18 de agosto e 12 de setembro, mostrou que mídias menos valorizadas -como cartazes no metrô e no vidro traseiro de ônibus- podem ser mais eficientes do que a TV.
A pesquisa, que perguntava sempre se o entrevistado tinha assistido TV, visto um cartaz ou lido revista no dia anterior à entrevista, apurou que 90% dos consultados tinham visto TV na véspera, mas apenas 46% se lembravam de algum anúncio.
Isso significaria um índice de aproveitamento da publicidade -a forma como foi chamada a relação entre os que tinham sido expostos a algum tipo de mídia e os que se lembravam de comerciais- de 50,7 para a televisão, segundo Claudia Resende, vice-presidente nacional de pesquisa da Thompson. O índice varia de zero (o mínimo de aproveitamento) a 100 (o máximo).
É um índice elevado se comparado com o do rádio, por exemplo: 70% das pessoas consultadas tinham escutado rádio no dia anterior, mas só 20% se lembravam de alguma publicidade, resultando num índice de 27.
Já os índices apurados para algumas das chamadas novas mídias, que têm um custo para o anunciante bastante baixo, foram muito mais elevados do que o constatado para a TV.
É o caso, por exemplo, do índice de aproveitamento dos anúncios colocados nas estações de metrô: pouca gente havia visto esse tipo de publicidade na véspera (apenas 6%), mas quase todo mundo que viu lembrava -5%- e o índice de aproveitamento chegou a 83.
Sem lazer nem informação
"Todas as mídias externas apresentaram índices de aproveitamento elevados. Mas é preciso lembrar que essas mídias são só canais de exposição de publicidade", explica Claudia Resende, que vai apresentar os resultados da pesquisa na próxima quarta-feira, no seminário Maximídia.
"Essas mídias não são uma forma de entretenimento ou um veículo de informação, como são jornais, revistas, TV e Internet. Você não precisa ligar um botão ou abrir uma revista para tomar contato com um painel eletrônico ou um cartaz de rua. Essas mídias são só isso, mídias", diz.

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