São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 1997
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Empresa mudou muito desde 95

DA REPORTAGEM LOCAL

A Paranapanema de hoje não guarda nenhuma relação com o conglomerado de empresas dirigido durante anos pelo empresário Octávio Lacombe, morto em 1992.
Ao comprarem a empresa, no final de 1995, os fundos de pensão decidiram juntá-la a outras três grandes companhias e transformar o grupo numa espécie de segunda Companhia Vale do Rio Doce -cuja privatização estava sendo discutida pelo governo.
Pelo projeto inicial, além dos fundos de pensão, fariam também parte do controle desse novo grupo a própria Vale, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e a sul-africana Anglo American.
Os fundos implementaram o projeto sozinhos, numa operação que ficou conhecida como megafusão. As outras três companhias desistiram do projeto.
Fazem parte da Paranapanema as empresas Caraíba, Paraibuna, Eluma e Mamoré. Juntas, elas faturam por ano R$ 1 bilhão, produzindo, entre outros metais, 20 mil toneladas de estanho, 72 mil toneladas de zinco, 202 mil toneladas de cobre e 53.500 toneladas de tubos, barras e laminados.
Em função do processo que criou a nova Paranapanema, é praticamente impossível comparar seu desempenho, hoje, com o de antes da fusão. A situação de cada uma das empresas antes da compra da Paranapanema pelos fundos era diferente.
Nos anos 80, a ação da Paranapanema era tida como uma das principais da Bolsa paulista.
Nos anos 90, perdeu o rumo em função da guerra familiar na sucessão da companhia. Apesar disso, não tinha dificuldades financeiras antes de ser comprada -recebeu US$ 150 milhões pela venda de sua participação na Itausa (holding que controla o Itaú e a Duratex). Esse dinheiro estava no caixa.
A Eluma já era dos fundos desde 95. No momento da fusão, era administrada por Jorge Washington Queiroz, que mais tarde foi indicado pelos bancos credores da Encol como uma espécie de "interventor branco" na construtora.
Como a Paranapanema, a Caraíba era capitalizada. Já a Paraibuna vivia situação pré-falimentar.
O atual presidente da Paranapanema, Dennis Braz Gonçalves, diz que o fato de os fundos terem entrado sozinhos no projeto contribuiu para as dificuldades atuais.
"Não só por não ter vindo parte dos recursos como também pela falta de um parceiro estratégico, previsto inicialmente no projeto".

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