São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 1997
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Executivo nega favorecimento

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Paranapanema, Dennis Braz Gonçalves, negou favorecimento na contratação de parentes em empresas do grupo. Disse também que os salários dos diretores estão dentro das regras de mercado e "não é assunto para ser tratado em página de jornal".
Segundo o presidente do grupo, a contratação de parentes é muito comum na mineração. "Quando a empresa vai mandar um cara para uma cidade a 300 quilômetros de Manaus, você contrata o pacote: é ele, a mulher, filho, papagaio, vai tudo. Porque como é que você vai levar a esposa do cara, que é uma boa profissional, para ficar tomando conta de filho? Você vai matar a carreira dela?"
Sobre a contratação de Herbert Ferreira Braz, engenheiro de uma das empresas do grupo em São Paulo, o presidente diz que ele é "meu parente em enésimo grau, cuja contratação não tem importância. Todas as contratações foram informadas aos acionistas e eles disseram: meu amigo, eu não quero saber quem você tá contratando. Eu vou cobrar de vocês o resultado."
Sobre os salários dos executivos, o diretor financeiro da Paranapanema, Hélio Blak, disse que eles estão de acordo com as remunerações em empresas concorrentes.
Blak não nega que os contratos contenham cláusula garantindo a todos os diretores o pagamento em dobro, todo ano, de todos os salários. Mas afirmou que esse pagamento só é feito caso o Conselho de Administração entenda que algumas metas foram atingidas.
O presidente Braz Gonçalves não quis comentar os valores dos salários apurados pela Folha. "Nossos salários decorrem de negociação entre os executivos e os acionistas. Não vou dizer quem ganha isso ou aquilo. O importante não é o salário, mas o desempenho."
Quanto ao prejuízo apresentado pela Paranapanema, o presidente Braz Gonçalves reconhece que se sente desconfortável com ele -"alguém gosta de assinar um balanço com um prejuízo de US$ 80 milhões?"-, mas diz que ele era aguardado. "Essas empresas tinham uma série de problemas. Nosso trabalho, com o conhecimento do acionista, é um trabalho para três anos".
A assessoria da Previ, fundo de pensão que é acionista majoritário da Paranapanema, informou que "a administração do grupo de mineração é profissional" e que os resultados estão sendo avaliados pela Previ e demais investidores.

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