São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 1997
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Boxeadores tentam nocautear entressafra

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O México, embora atravesse um período de entressafra, tem ocupado nos últimos anos a segunda colocação como produtor de lutadores e campeões mundiais de boxe -só é superado pelos EUA.
O maior dos campeões revelados no país da tequila e dos mariachis é Júlio César Chávez, comparado, pela imprensa norte-americana, aos maiores de todos os tempos. Nos próximos meses, ele luta com o compatriota Miguel González, pelo título dos meio-médios-ligeiros do Conselho Mundial.
Os números de Chávez impressionam: 100 vitórias, 2 derrotas, 1 empate e títulos mundiais em 3 categorias diferentes de peso -embora alguns pesquisadores contestem esse cartel. Em disputas de títulos, seu retrospecto é de 31 vitórias, 2 derrotas e 1 empate.
"Se soubesse falar inglês, seria reconhecido como o maior lutador de todos os tempos", reclama Chávez, cuja carreira está chegando ao fim, como evidenciado pela derrota por nocaute técnico para Oscar de la Hoya, no ano passado.
Concorrente
O melhor lutador mexicano de todos os tempos? Talvez.
Mas existem os que acreditam que o banguela Ruben Olivares, que disputa com o brasileiro Eder Jofre o título de melhor peso-galo da história do pugilismo, foi o melhor lutador mexicano da história.
As estatísticas, porém, mostram que Olivares, campeão mundial dos galos e penas, 88 vitórias (77 por nocaute), 13 derrotas e 3 empates, é, ao menos matematicamente, inferior a Chávez.
Por títulos, acumula 8 vitórias contra 5 derrotas.
É bom lembrar que, na época que Olivares desenvolveu sua carreira, as oportunidades para ganhar um título eram menores: havia menos categorias e menos organizações controlando o esporte.
Olivares deve boa parte de sua popularidade à empatia que conseguia manter com o público.
O lutador costumava matar alguns dias de treino para beber com os fãs antes de suas lutas.
"Ele poderia ser melhor ainda, se não fosse boêmio", aponta Rafael Mendoza, um jornalista que hoje é empresário de lutadores.
Carlos Zarate, um nocauteador sem carisma, conseguiu pôr para dormir 44 de seus primeiros 45 adversários. Ele defendeu o título dos galos do Conselho Mundial por nove vezes, além de vencer o campeão pela Associação Mundial, Alfonso Zamora (29 vitórias, todas por nocaute), em quatro assaltos.
Zarate tem 10 vitórias e 4 derrotas em disputas de títulos.
Hoje, o maior orgulho dos mexicanos no esporte é o peso-palha Ricardo Lopez, que também é ator de novelas. Invicto em 46 lutas, fez a 20ª defesa de título em agosto, um recorde fora da categoria dos pesos pesados (apenas os pesados Larry Holmes e Joe Louis haviam feito 20 ou mais defesas de título).

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