São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 1997
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Pirâmides levam turista ao sacrifício

Teotihuacán exige boa forma

SYLVIA COLOMBO
DA ENVIADA ESPECIAL AO MÉXICO

Um pouco do passado mexicano pode ser vivenciado com um passeio pelas pirâmides de Teotihuacán, a 40 minutos do centro da Cidade do México.
Essas pirâmides, diferentemente do que muitos imaginam, não foram construídas pelos astecas.
Na verdade, foram por eles encontradas. Isso ocorreu depois que os astecas se assentaram no vale do México ao final de uma tempestuosa e longa peregrinação.
Acredita-se que tenham sido levantadas pelos toltecas, que ali teriam fundado sua capital.
Para essa civilização, Teotihuacán teria sido o lugar a partir do qual o Universo foi criado.
Ao contrário das pirâmides do Egito, as de Teotihuacán não tinham função funerária, estavam ligadas à religião.
Ginástica
Um passeio ideal pelas pirâmides dura por volta de quatro horas, e é preciso estar preparado para uma boa caminhada a pé.
A primeira visita é ao templo de Quetzalcoatl, deus dos toltecas, uma pequena pirâmide adornada pelas cabeças de pedra da "Serpente do Fogo".
Observando de perto, você nota que essa pirâmide traz restos de uma pintura azul, o que demonstra que era uma construção colorida, ao contrário das demais presentes no local.
Dentro dessa pirâmide foram encontradas recentemente ossadas de homens amarrados, o que levou a especulações de que, na verdade, o lugar teria sido também um centro estratégico e militar.
Deixando o templo, começa a caminhada pela avenida dos Mortos, com ruínas de templos menores e pequenos castelos.
Você chega então à pirâmide do Sol, com seus 70 metros de altura e degraus extremamente íngremes.
Para subir no monumento, são despendidos dez minutos de exercício intenso. Do alto avista-se todo o complexo arqueológico.
Construída no ano 100, ela é um século mais velha que a pirâmide da Lua, ao norte da mesma avenida dos Mortos.
Murais
Ainda dentro do complexo encontra-se Tepantila, uma construção que, acredita-se, tinha função residencial, e que abriga um mural chamado "Paradise of Tláloc".
Nele estão representadas algumas cenas cotidianas, sacrifícios humanos e jogos com bola.
Esses sacrifícios não eram comuns. Atualmente, acredita-se que eles aconteciam apenas de 52 em 52 anos, periodicidade em que, para os astecas, havia uma renovação galáctica.
Ao sair dali, você entra no inevitável mercado de "artesanias" para turistas, onde são encontradas camisetas com os motivos das pirâmides, reproduções e imagens dos deuses e chaveiros.

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