São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 1997
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Rainha vê local de massacre colonial

Elizabeth 2ª evita desculpas por mortes de 1919

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A rainha Elizabeth 2ª, do Reino Unido, colocou ontem uma coroa de flores no memorial de Jallianwala Bagh, em Amritsar (Índia), onde, segundo números oficiais, 379 civis foram mortos e cerca de 2 mil ficaram feridos após ação das tropas britânicas em 13 de abril de 1919.
O episódio ficou conhecido como um dos maiores massacres cometidos pelo Reino Unido em seu período colonial. Soldados britânicos atiraram contra civis desarmados que protestavam contra a dominação britânica.
A multidão não pôde fugir do local porque as tropas britânicas haviam bloqueado a única saída então existente.
A rainha foi acompanhada pelo marido, o príncipe Philip, e pelo secretário de Exterior britânico, Robin Cook. Ela também visitou o Templo Dourado e outros lugares sagrados da etnia sikh.
Um grupo de manifestantes que pedia à rainha que se desculpasse pelo episódio em Jallianwala Bagh foi reprimido por agentes de segurança da Índia. Não houve relatos de feridos.
Na segunda-feira, a rainha havia feito discurso em Nova Déli (capital), referindo-se ao episódio como "lamentável". Ela disse que "não se podia reescrever a história, mesmo se quiséssemos".
Jagmohan Singh, um líder da etnia sikh, disse que os comentários de Elizabeth 2ª demonstravam uma "visão imperialista que até agora se recusa a ver atos cometidos pelo poder da colônia como crimes contra a humanidade".
Elizabeth 2ª e comitiva realizam na Índia visita que marca o 50º aniversário de independência do domínio britânico. Na última semana, ela visitou o Paquistão, outra ex-colônia britânica independente desde 1947.

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