São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 1997
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Morre o escritor Harold Robbins, aos 81

DA REDAÇÃO; DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Redação
O escritor de best sellers norte-americano Harold Robbins, 81, morreu ontem de falência cardiorrespiratória no Desert Hospital de Palm Springs, Califórnia (EUA).
Robbins foi autor de livros como "Os Insaciáveis" e "O Garanhão", em que retratou a vida de milionários, sempre com muito sexo, drogas e violência.
Vendeu mais de 750 milhões de cópias em 50 anos de carreira, segundo seu editor, Richard Delson, que anunciou a morte. As obras foram traduzidos para 32 línguas. No Brasil, são publicados pela Record; muitos títulos foram traduzidos nos anos 70 pelo dramaturgo Nelson Rodrigues.
Robbins morreu com sua mulher, Jan, a seu lado. Ele também deixou duas filhas, Adreana e Caryn, de outros casamentos.
O escritor nasceu em 21 de maio de 1916, num bairro conhecido como Cozinha do Inferno, em Nova York, com o nome de Francis Kane. Cresceu num orfanato católico e foi adotado por uma família judia, aos 11 anos, que mudou seu nome para Harold Francis Rubin.
Aventureiro, fugiu de casa e passou a investir em especulação. Aos 19, estava milionário, mas perdeu todo o dinheiro em outro negócio, três anos depois.
O nome Harold Robbins foi criado pelo editor Alfred A. Knopf, que afirmou que Harold Rubin não era nome para um escritor.
O primeiro livro de Robbins, "Never Love a Stranger", foi escrito em 1946 em função de uma aposta de US$ 100 com William Goetz, executivo da Universal Pictures, onde trabalhava na época.
O livro foi um sucesso, seguido por outros 22 romances, muitos dois quais transformados em filmes e minisséries para televisão.
Com eles, Robbins construiu um patrimônio de milhões de dólares, que incluem casas na França e nos Estados Unidos, um iate e mais de uma dúzia de carros.
A crítica o chamava de mestre do clichê e afirmava que seus últimos livros não faziam sentido.
Um de seus livros mais populares, "Os Insaciáveis", uma típica história de sexo, dinheiro, poder e drogas, escrito em 1961, tem seu personagem principal inspirado na trajetória do milionário recluso Howard Hughes, segundo versões.
Outras personalidades retratadas foram Marilyn Monroe, Larry Flint e Coco Chanel.
O cirurgião plástico brasileiro Ivo Pitanguy, que era amigo de Robbins, foi citado no romance "O Estuprador". No livro, é mencionado como "o mais importante cirurgião plástico do mundo".
Em uma entrevista de 1986, Robbins declarou qual gostaria que fosse seu epitáfio: "Ele terminou seu trabalho e foi para casa".

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