São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997 |
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Clinton faz gol de pênalti, toca tamborim e beija crianças no Rio FERNANDA DA ESCÓSSIA FERNANDA DA ESCÓSSIA; CRISTINA GRILLO
Em uma hora e 40 minutos de visita à Vila Olímpica da Mangueira, o presidente Bill Clinton tocou tamborim, converteu um pênalti e beijou crianças e adolescentes. Clinton era esperado com desconfiança, por causa dos rigores de segurança da Casa Branca. Associações de moradores da Mangueira prepararam uma faixa em protesto, mas Clinton conquistou a simpatia dos mangueirenses. Recepcionado pelo ministro Pelé (Esportes), chegou à vila às 13h30. Na quadra, decorada em verde e rosa (cores da Mangueira), foi aplaudido por 2.000 convidados com bandeirinhas do Brasil e dos EUA. A temperatura chegou aos 36,6°C à sombra -mas não havia sombra, exceto no palanque armado para Clinton. O palco era protegido, nas laterais, por vidros à prova de balas. Cerca de 200 agentes dos EUA e 30 da PF faziam a segurança. Os arredores da vila e todo o morro foram ocupados pela PM. Clinton iniciou seu discurso com um "hello" -respondido aos berros pelas crianças-, saudou Pelé e enfatizou a importância da educação para o futuro da juventude. A primeira-dama Hillary Clinton recebeu flores de dona Zica e dona Neuma, integrantes da velha guarda da escola de samba. Clinton e Pelé se dirigiram às 50 crianças de uma arquibancada armada ao lado do palco. Posaram para fotos e foram cercados pelas crianças. "Ele deu mole, dei um beijo nele. Estou emocionada", disse a atleta Josy Rodrigues, 14. Clinton percorreu a área da frente do palco para cumprimentar o público. Usou um boné e um broche da escola de samba e ganhou camisas da Mangueira. Os seguranças tentaram afastar as crianças, mas não houve tumulto. "Ele é um cara muito humilde, simpático. Tudo o que falaram dele era intriga da oposição", disse o cantor Jamelão, 84, puxador de samba da Mangueira. Clinton bateu bola com Pelé e cobrou um pênalti. Improvisado como goleiro, o atleta Bartolo Xavier caiu para a direita, a bola bateu na trave esquerda e entrou. Na saída, 20 ritmistas da escola de samba mirim Mangueira do Amanhã se apresentaram. Jefferson Carlos, 15, ensinou a Clinton como bater no tamborim. Atrapalhado com o instrumento, Clinton atendeu a um "try again" (tente de novo) dos fotógrafos. "Ele é um cara 'maneiro'. Leva até jeito para o tamborim", disse Carlos. Clinton disse que não esperava a recepção calorosa: "Foi maravilhoso. Não sabia o que esperar, mas adorei. Adoro crianças". Ao deixar a vila, parou para cumprimentar moradores e posou para fotos. "Ele falou com todo mundo aqui e elogiou até o cachorro", disse Danielle Araújo, 16. Texto Anterior: Imposto do mal Próximo Texto: Discurso trata de educação e Internet Índice |
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