São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997
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Querubins e seres sem cabeça invadem ruas do Rio de Janeiro

DANIELA ROCHA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO

Um anúncio extraordinário acaba de ser divulgado. Anjos e seres sem cabeça foram vistos desembarcando no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Testemunhas informaram que os seres, um misto de alienígenas e querubins, prometeram fazer aparição para o grande público nas estações de metrô da cidade a partir das 11h de hoje.
É dessa forma, misturando quadrinhos e bom humor, que o grupo inglês The Walley Range All Stars traz ao Rio Cena Contemporânea as performances de rua "The Angels" (os anjos) e "The Headless People" (os sem cabeça).
Integrado por Sue Auty, 38, Edward Taylor, 40, e Laurence Lane, 37, o grupo caracteriza seu trabalho como teatro visual cômico.
Em "The Angels", três anjos que têm asas na cabeça e usam óculos, rondarão o metrô Cinelândia, no centro da cidade, hoje, às 11h, e o metrô Presidente Vargas, às 16h. Amanhã é a vez das estações Carioca (11h) e Uruguaiana (16h). Sábado, as performances acontecerão nos postos 6 (Copacabana, 11h) e 8 (Ipanema, 15h).
Por esses locais também passará a dupla de seres descabeçados que levam suas cabeças -que mexem os olhos e piscam- dentro de gaiolas.
Sem trocar sequer uma palavra com os pedestres e sem alarde, o trio do All Stars pretende quebrar a rotina de quem estiver passando por ali no momento da performance, usando para isso muito improviso.
"Queremos brincar com as pessoas e isso exige que tenhamos ações rápidas. Somos turistas do além e pretendemos interagir com os moradores daqui", afirmou Edward Taylor, que é quem elabora os tipos (anjos e sem cabeças) das performances. A reação do público, segundo eles, varia de acordo com o local da performance.
Enquanto os anjos idênticos fazem uma referência irônica à produção de anjos em série, os sem cabeça fazem uma alusão ao avestruz. "É uma ave engraçada, porque enfia a cabeça na terra e a torna invisível, mas o público em geral reage como se estivesse em contato com um animal. É interessante", disse Edward.
Os anjos também carregam surpresas. Ao final da performance, como num toque de mágica, eles se transformam em árvores.
A intenção dos performers é criar um impacto nas pessoas usando para isso apenas o apelo visual e a interação.

A jornalista DANIELA ROCHA viaja ao Rio de Janeiro a convite da organização do festival

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