São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997
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Manobras conjuntas repetem a Tríplice Aliança

DA REDAÇÃO

Não é a primeira vez que tropas de Brasil, Argentina e Uruguai atuam unidas, em território brasileiro, nas proximidades da fronteira entre os três países.
Desta vez, a aproximação recente entre os países, consolidada com o Mercosul, estimulou a ação conjunta entre as forças armadas nas manobras encerradas ontem em Rosário do Sul pelos presidentes de Brasil e Uruguai e pelo vice argentino (já que Carlos Menem está recebendo o presidente dos EUA, Bill Clinton).
Em 1865, porém, tropas brasileiras, argentinas e uruguaias se juntaram para combater o poderio militar paraguaio.
No final de 1864 começara, com a declaração de guerra do Paraguai ao Brasil (13 de dezembro) a Guerra do Paraguai, o mais sangrento conflito militar da história da América do Sul.
Em maio de 1865, Brasil, Argentina e Uruguai assinaram, em Buenos Aires, o Tratado da Tríplice Aliança.
Os objetivos do acordo eram derrotar as forças inimigas, derrubar o presidente paraguaio, Francisco Solano López, liberar a navegação no rio Paraguai e anexar territórios daquele país reivindicados por brasileiros e argentinos.
Invasão
No final de maio, início de junho, cerca de 8.000 homens de uma força invasora paraguaia invadiram o sul do Brasil, comandados pelo coronel Antonio de la Cruz Estigarribia.
Após passarem por São Borja e Itaqui, que foram saqueadas, as tropas paraguaias avançaram sobre a vila de Uruguaiana, que era defendida pelo 17º Corpo brasileiro, em inferioridade numérica e de equipamentos.
Para estimular a deserção nas fileiras inimigas, os paraguaios teriam até mesmo degolado praças feitos prisioneiros à vista das tropas brasileiras.
Estas, efetivamente, acabaram abandonando a cidade, que caiu em 5 de agosto, praticamente sem opor resistência à invasão paraguaia.
Logo, porém, tropas da Tríplice Aliança já sitiavam a cidade. D. Pedro 2º se dirigiu à província do Rio Grande do Sul em agosto mesmo, visitando Porto Alegre e diversas outras cidades até chegar, em 11 de setembro, ao acampamento aliado em Uruguaiana.
Uma semana depois, foi dado um ultimato às tropas paraguaias, comandadas por Estigarribia, que acordaram a rendição.
Estavam presentes, além do imperador brasileiro, o presidente provisório do Uruguai, Venancio Flores, e o presidente argentino, Bartolomeu Mitre, então comandante das forças aliadas.
A Guerra do Paraguai continuaria até 1870, quando tropas brasileiros assaltaram o último reduto de Solano López, encurralado e morto em Cerro Corá, no extremo nordeste do país.

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