São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997 |
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Programação exclui produtor com dívida
EMANUEL NERI
FHC chegou às 17h de ontem a Uruguaiana para a assinatura de autorização do início de construção de usina termelétrica e de gasoduto ligando a Argentina ao Brasil. Visitou desabrigados de enchentes e toma café hoje de manhã com pequenos produtores rurais. "A gente fica muito magoado por não ser recebido pelo presidente", diz Mirabeaux Barcelos, presidente da Associação dos Arrozeiros de Uruguaiana. Uruguaiana já foi individualmente o maior produtor de arroz do Brasil. Tinha em torno de 100 mil hectares plantados e uma produção de 500 mil toneladas/ano. Hoje essa produção está reduzida pela metade. O motivo é a dívida dos produtores. O advogado Mário Cesar Braccini, procurador da Prefeitura de Uruguaiana, diz que, para escapar da dívida, muitos devedores se transferiram para o Uruguai e a Argentina. "Muitos produtores diversificaram a produção. Outros levantaram acampamento e hoje são grandes produtores em países vizinhos", afirma o procurador. Isso também contribuiu para aumentar a crise de Uruguaiana e de toda a fronteira oeste do Brasil. Com o reforço de produtores brasileiros, Argentina e Uruguai são hoje grandes produtores de arroz. A maior parte da produção é exportada para o Brasil. O presidente da Associação dos Arrozeiros de Uruguaiana diz que grande parte da dívida poderia ser resolvida com um "detalhezinho" na negociação dos débitos. Para ele, apenas 10% da dívida pode ser considerada perdida -o restante poderia ser recuperado. "A maioria dos que devem e não pagam acaba repercutindo muito mal contra aqueles que ainda podem pagar", diz Barcelos. "Mas o presidente só está querendo se reunir mesmo com pequenos produtores", afirma Barcelos. Texto Anterior: Manobras conjuntas repetem a Tríplice Aliança Próximo Texto: Comissão aprova projeto de renda mínima Índice |
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