São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997
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"Esta terra é sua terra", diz Menem

FERNANDO GODINHO
DE BUENOS AIRES

O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, elogiou ontem a participação da Argentina nas missões de paz coordenadas pela Organização das Nações Unidas e disse que o governo do presidente Carlos Menem é "um modelo" a ser seguido em relação a esse tema.
Clinton afirmou ainda que a designação da Argentina como aliada extra-Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) dos EUA é "um reconhecimento à extraordinária contribuição do país na manutenção da paz".
No segundo dia de sua viagem à Argentina, Clinton foi elogiado pelo presidente Carlos Menem, que o chamou de "amigo" e "irmão". Ele também recebeu as chaves da cidade de Buenos Aires.
"Pisando nesta terra, estará pisando em sua terra", disse Menem ao discursar na cerimônia de recepção ao seu colega dos EUA.
Menem e Clinton se encontraram pela manhã para depositar flores no túmulo do general San Martín, o libertador nacional da Argentina. Depois, se reuniram na Casa Rosada para discutir temas políticos e econômicos.
Segundo o ministro argentino das Relações Exteriores, Guido Di Tella, Clinton disse que os EUA estão "à disposição" da Argentina para combater o terrorismo e o narcotráfico.
Disse também que Menem pediu a Clinton uma posição "mais clara" do governo norte-americano a favor das negociações em torno das Ilhas Malvinas, situadas no extremo sul do país e alvo de disputa entre a Argentina e a Inglaterra.
"Convém ser amigo se um país tão importante como os Estados Unidos", disse Di Tella, que já declarou que a Argentina possui "relações carnais" com os EUA.
O chanceler disse ainda que Clinton elogiou o Mercosul e disse que o bloco econômico entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai não é um projeto "antagônico" em relação à Alca -a zona de livre comércio em todo o continente americano defendido pelo presidente dos Estados Unidos.
Após se reunir com Menem, Clinton teve reuniões em separado com dirigentes dos partidos de oposição ao presidente Menem e com representantes da comunidade judia na Argentina.
Os políticos de oposição disseram que Clinton voltou a defender o Mercosul e descartou que o status de aliado extra-Otan concedido à Argentina provoque uma corrida armamentista na região.

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