São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997
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"Vai chover bala", afirma adversário do governador

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O deputado João Caldas (PMN) é taxativo. Diz que vai reagir, se o governo tentar desarmá-lo. "Vai chover bala."
Ele afirma que só não morreu até agora porque "sabem" que está "preparado para a guerra".
Caldas é ligado ao ex-presidente Fernando Collor de Mello e faz oposição ao governador interino, Manoel Gomes de Barros (PTB). Leia os principais trechos de entrevista concedida pelo deputado à Agência Folha:
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Agência Folha - Por que o senhor não aceita ser desarmado?
João Caldas - O governador não tem interesse em apurar vários crimes ocorridos no Estado. Agora, ele veio para cima da oposição para tirar nossas armas. Ele já me ameaçou de morte, quando denunciei e apurei em uma CPI o trabalho da quadrilha dele no sumiço de R$ 301,6 milhões em títulos emitidos para pagar precatórios que não existiam. Eu quero a paz, por isso estou preparado para a guerra. Só não morri até agora porque sabem que estou preparado para a guerra, e eles conhecem a fama dos meus seguranças, todos com currículo, e nenhum é santo nem bonzinho.
Agência Folha - Se o senhor for parado em uma barreira, e os policiais tirarem suas armas, o que acontece?
Caldas - Se tentarem me desarmar, vou reagir. Essas barreiras não vão parar os deputados ligados ao governador, todos com capangas e armas pesadas. O que eles estão querendo fazer é uma tocaia para nós. Por isso, digo e repito que, se for parado, vou para o confronto. Vai chover bala. Só me param na bala. Se até o papa, que é santo, tem segurança, imagine eu, que estou denunciando os "chupa-cofres" em Alagoas.
Agência Folha - Mas o governador está propondo segurança oficial.
Caldas - Ele está querendo colocar as raposas para tomar conta do galinheiro. Se ele nos deixar escolher os seguranças, pode até ser. É um constrangimento andar armado. Não sou da pistolagem. Mas, por enquanto, a lei é bíblica: se querem a paz, que se preparem para a guerra.

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