São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997 |
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Sem-terra vem depois de com-terra, diz FHC
EMANUEL NERI
"Fizemos mais um rebate para o agricultor que tem terra -não é o sem-terra-, mas que não tem recursos", afirmou. "É justo dar (financiamentos) para os sem-terra. Mas é mais justo ainda dar para quem tem terra", disse. Esses pequenos agricultores que já têm terra, segundo FHC, necessitam de recursos do governo "para cultivar a terra e manter sua família". Para o presidente, financiamentos desse tipo podem ajudar a dobrar a safra brasileira em um "período razoável". "Chegamos a 80 milhões de toneladas (de produção de alimentos). Mas o que são 80 milhões de toneladas para esses milhões de hectares de terras agriculturáveis que o Brasil dispõe?", perguntou FHC. "Temos que olhar com mais força para, em um período razoável, dobrar essa produção." Pequenos agricultores parecem ser o novo alvo político de FHC. Em sua visita a Uruguaiana, ele evitou se encontrar com grandes produtores de arroz, em sua maioria devedores do Banco do Brasil. Com uma dívida de cerca de R$ 1 bilhão com o Banco do Brasil, os grandes produtores de arroz de Uruguaiana (630 km a oeste de Porto Alegre) foram excluídos da programação na cidade. FHC chegou às 17h de ontem a Uruguaiana para a assinatura de autorização do início de construção de usina termelétrica e de gasoduto ligando a Argentina ao Brasil. Visitou desabrigados de enchentes e toma café hoje de manhã com pequenos produtores rurais. "A gente fica muito magoado por não ser recebido pelo presidente", diz Mirabeaux Barcelos, presidente da Associação dos Arrozeiros de Uruguaiana. Uruguaiana já foi a maior produtora de arroz do Brasil. Tinha em torno de 100 mil hectares plantados e uma produção de 500 mil toneladas/ano. Hoje essa produção está reduzida pela metade. Texto Anterior: Motta irá recorrer de condenação em processo Próximo Texto: Assim é se lhe parece Índice |
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