São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997
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Pitta anuncia 'limpeza' no centro de São Paulo

MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Celso Pitta promete fazer hoje uma megaoperação para "limpar" o centro da cidade com a expulsão de cerca de 2.000 camelôs, meninos de rua, mendigos e desocupados da praça da Sé.
Com apoio da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana, Pitta pretende transferir os ambulantes da Sé para o Brás (centro) e encaminhar os meninos de rua e os sem-teto que ocupam a praça para albergues e entidades assistenciais.
Convite
"Feito o convite, eles têm o direito de aceitar ou não o encaminhamento para abrigos", afirma Pitta. "Quem resistir, ficará à disposição das autoridades."
O comandante da Guarda Civil Metropolitana, Emílio Kourrouski, foi designado para ajudar os fiscais da Administração Regional da Sé na expulsão dos camelôs.
"Vamos garantir a segurança dos agentes vistores que vão tirar das ruas os ambulantes e trabalhar ombro a ombro com a PM para tratar da dignidade dos cidadãos da rua, levando-os para albergues e hospitais", disse Kourrouski.
Marco zero
A intenção da prefeitura, anunciada por Pitta, seria de revitalizar a praça da Sé. "Vamos recuperar esse cartão postal da cidade e combater problemas vários que tentam macular essa vocação", afirma.
Além de anunciar a remoção dos ambulantes e dos sem-teto, Pitta se comprometeu a manter limpas as ruas da região central e instalar seis cabines da GCM.
O prefeito pediu ainda o aumento do policiamento ostensivo na cidade e o combate à violência e ao tráfico de drogas.
No lançamento do "Projeto Dignidade", como Pitta denominou a ação, não foi mencionada a infra-estrutura social disponível no município.
"Vamos absorver apenas a população carente e, para isso, temos vagas", alega o secretário municipal da Família e Bem-Estar Social, Maurício Najar. "Quem deve cuidar dos infratores é o Estado."
Maluf
No ano passado, o então prefeito Paulo Maluf anunciou a retirada dos camelôs da Sé.
Desistiu da idéia após conflitos generalizados entre fiscais da prefeitura, guardas civis e camelôs. Também houve depredação de lojas na região.

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