São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997 |
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Protesto de perueiros pára centro de SP
DA REPORTAGEM LOCAL A votação, na Câmara de SP, de um projeto que suspende a autorização para o trabalho dos perueiros na cidade provocou protestos dos motoristas de lotação e de ônibus. Um acordo de lideranças acabou adiando a votação.Às 17h de ontem, havia cerca de 5.000 ônibus parados e nenhum dos lotações circulava, segundo os sindicatos. A prefeitura dizia que havia 800 ônibus parados. Segundo a PM, o trânsito no centro ficou praticamente parado das 14h até as 19h, pelo menos. Até o fechamento desta edição, a votação do projeto ainda não havia começado, mas o autor do projeto, vereador Natalício Bezerra (PTB), afirmava ter 33 votos favoráveis a seu texto, cinco a mais que o necessário para maioria simples. O foco da polêmica é um decreto de 1990, da então prefeita Luiza Erundina, que autorizava o transporte de passageiros em lotação. Bezerra, que é presidente licenciado do Sindicato dos Taxistas de São Paulo, admite que seu projeto defende o interesse dos motoristas de táxi. Os taxistas alegam que os lotações reduziram o movimento. "Os perueiros desrespeitam a legislação trabalhista empregando crianças como cobradores, trafegam sem segurança e descumprem horários e itinerários", diz. Para o vereador José Eduardo Cardozo (PT), o projeto interessa mais às empresas de ônibus que aos taxistas. "As empresas querem operar peruas e veículos menores em linhas que hoje são deficitárias com os ônibus." A cidade tem hoje 2.700 perueiros credenciados e 1.281 protocolados, de um total que pode chegar a 15 mil no município, segundo as associações de perueiros. Caos Os perueiros começaram a se concentrar em frente à Câmara às 23h de anteontem. Às 17h de ontem, segundo Laércio dos Santos, líder dos perueiros da zona sul, havia mais de 7.000 motoristas de lotação reunidos. A PM calculava a multidão em 2.000 pessoas. Os perueiros fecharam as ruas próximas à Câmara com os veículos. Segundo o coronel da PM Sergio Guedes Brasil, cerca de 4.000 peruas foram estacionadas nas imediações, fechando o trânsito. Às 15h, o sindicato dos condutores, contrário aos perueiros, resolveu protestar e fechou três terminais e um corredor de ônibus. Os motoristas de ônibus em protesto permaneceram a uma distância de cerca de 500 metros da Câmara, onde estavam os perueiros. Segundo o sindicato, isso foi feito para "evitar o confronto". O policiamento em frente à Câmara foi reforçado com cerca de 260 PMs. Apesar de as manifestações terem complicado o trânsito em todo o centro da cidade, na tarde de ontem, a CET decidiu não suspender o rodízio de veículos na região. Texto Anterior: Tumulto marca as ações no centro Próximo Texto: Mercado em jogo é de R$ 156 mi Índice |
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