São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997
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Vazamento de gás provoca explosão e fere 10

RITA NAZARETH
CRISPIM ALVES

RITA NAZARETH; CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Acidente aconteceu em restaurante árabe na zona sul de SP; no local havia funcionários, mas nenhum cliente

Um vazamento de gás de cozinha provocou uma violenta explosão no restaurante Beduíno Árabe da Cidade Ademar, zona sul de São Paulo, no início da manhã de ontem. O local ficou completamente destruído. Dez funcionários do restaurante ficaram feridos.
O acidente ocorreu por volta das 9h15, menos de uma hora antes de o restaurante ser aberto. Se a explosão tivesse acontecido na hora do almoço, quando a casa recebia de 150 a 200 pessoas, poderia ter havido uma tragédia.
O vazamento de gás aconteceu durante o recarregamento de um dos seis botijões de 90 litros do restaurante. De acordo com Riad Cabri, administrador da Consigaz, que abastece o restaurante, houve um problema na válvula do botijão, que não suportou a pressão do gás e acabou liberando o produto.
O reabastecimento dos botijões era feito uma vez por semana, com mangueiras. "O contato do gás com chama de fogão ou faísca elétrica foi suficiente para causar a explosão", diz o tenente Ben Hur Araújo, do Corpo de Bombeiros.
"Quando um dos nossos funcionários percebeu que ela estava quebrada, não havia mais nada a fazer. Só correr", afirmou Cabri. Segundo ele, se a perícia constatar a responsabilidade da empresa, ela irá providenciar ressarcimento.
Segundo Ronivon Costa, um dos cozinheiros do Beduíno Árabe, o vazamento começou no reabastecimento do botijão. "Começou a vazar e a fazer um barulho parecido com um apito."
Segundo Costa, todos os funcionários saíram correndo para a rua e aguardaram por três ou quatro minutos. Como o vazamento parecia ter parado, alguém teria gritado que estava tubo bem. "O pessoal começou a entrar. Aí, estourou. Foi um barulho muito forte. Todo mundo saiu gritando."
"Quando vi o teto cair, me lembrei da explosão do shopping de Osasco e saí desesperado", disse o funcionário Olavo Alves de Sousa.
Segundo o engenheiro Habbib Ghattes Netto, da Administração Regional de Cidade Ademar, o acidente só não provocou danos mais graves porque o teto era de gesso. "Como a estrutura do forro que desabou era de baixa resistência, os ferimentos foram leves."
Antônio Dobashi, dono da rede de oito restaurantes Beduíno Árabe, afirmou que prefere esperar o resultado dos exames técnicos para emitir qualquer opinião.
Pelas normas criadas pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo, em vigor desde quarta, as companhias distribuidoras não poderão engarrafar botijões de outras marcas.
Rótulo de instrução ao consumidor e lacre de segurança passam a ser obrigatórios.

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