São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997
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BH enterra o seu "Livro do Centenário"

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A comissão que organiza as programações do centenário de Belo Horizonte deve lançar nos próximos dias o "Livro do Centenário", que vai ficar para a posteridade, enterrado em um ponto do Parque Municipal, no centro da cidade.
Esse livro, que receberá prefácio do compositor Fernando Brant, será escrito pela população belo-horizontina por meio de mensagens e curtas histórias sobre a capital mineira, que no dia 12 de dezembro completa cem anos.
Nesse dia, o livro será colocado dentro de um baú, que, com outros objetos, será enterrado em um local do parque para ser aberto só quando a cidade estiver completando 200 anos de existência.
O livro para as mensagens ficará à disposição na Casa do Centenário, casarão onde funcionava a escola de música da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), na avenida Afonso Pena.
Essa idéia não é original dos organizadores do centenário. Ela foi inspirada nos construtores de Belo Horizonte, que no dia 7 de setembro de 1895 -quando lançaram a pedra fundamental que marcou o início das construções dos prédios públicos da cidade- enterraram um baú com vários objetos.
Baú perdido
Passados 102 anos que os objetos foram enterrados, o baú está perdido. Sabe-se que ele foi enterrado na base da pedra fundamental, onde está hoje, provavelmente, o prédio da Prefeitura de Belo Horizonte ou nas imediações.
Não foi deixada uma referência sobre esse local e agora não existe sentido fazer escavações no centro da cidade para tentar encontrá-lo. De qualquer forma, as tentativas de encontrar o baú não cessaram.
Alguns engenheiros da prefeitura estão analisando alternativas possíveis, baseados somente em impressões. "Para encontrar esse baú teria que ser feito um verdadeiro trabalho de arqueologia. As esperanças não estão perdidas, mas são remotas", disse Manoel Guimarães, integrante da comissão do centenário.
A existência desse baú é relatada em detalhes pelo padre Francisco Martins Dias, no livro "Traços Históricos e Descriptivos de Bello Horizonte", escrito em junho de 1897, cinco meses antes da inauguração da nova capital de Minas.
Relata o padre Chiquinho, como era chamado, que dentro do baú estava a ata que marcou o lançamento da pedra fundamental, exemplares das constituições do país e da mineira, jornais do dia, moedas e outros objetos que as pessoas ofereceram.

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