São Paulo, sábado, 18 de outubro de 1997
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Câmara terá segurança antiperueiro

ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

A presidência da Câmara Municipal vai montar um forte esquema de segurança para garantir na próxima terça-feira a votação do projeto que extingue o serviço de lotação na cidade de São Paulo.
Anteontem, uma multidão de perueiros se concentrou em frente à Câmara Municipal para pressionar os vereadores.
Houve tumultos e ameaças de morte ao autor do projeto, o vereador Natalício Bezerra (PTB), presidente licenciado do sindicato dos taxistas. A proposta acabou não sendo votada.
O presidente da Câmara, Nelo Rodolfo (PPB), diz que nenhum vereador será pressionado "fisicamente ou psicologicamente".
A aprovação do projeto interessa às empresas de ônibus, que perderam cerca de 900 mil passageiros por dia para os perueiros. Taxistas e motoristas de ônibus também são contrários às lotações.
Cerca de 260 homens do 7º Batalhão da PM e 48 policiais da assessoria militar serão acionados para garantir a segurança do local.
A tropa de choque da PM vai ficar de sobreaviso e poderá ser acionada.
O presidente diz que, se for necessário, vai impedir manifestações no viaduto Jacareí, que fica em frente à Câmara. Os manifestantes ficariam afastados por um cordão de isolamento.
O acesso ao plenário será restrito. Poderão acompanhar os trabalhos apenas 195 pessoas (65 perueiros, 65 motoristas de ônibus e 65 taxistas).
Essas pessoas serão escolhidas pelas lideranças dos sindicatos e terão de deixar nome e número da carteira de identidade na portaria da Câmara. Elas serão revistadas com um detector de metais.
"Ninguém tem aqui tem medo de ameaça. Intimidação serve apenas para que o vereador que tem alguma dúvida vote contra os perueiros", diz Rodolfo.
Aprovação
O presidente da Câmara modificou o texto que trata do regime de votos para a aprovação do projeto.
Na pauta de votação da última quinta-feira previa-se que o projeto necessitava da maioria absoluta dos votos (38). A nova pauta diz que basta o voto da maioria simples, desde que haja quórum mínimo de 28 parlamentares.
"A pauta anterior foi publicada com erro. A lei fala em maioria simples para casos como esse", diz o vereador Hanna Garib (PPB).

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