São Paulo, sábado, 18 de outubro de 1997 |
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Húngara guardava foto de Bartók
ALVARO MACHADO
No palco carioca, deverá ser uma noiva elegante, ao contrário do ano passado em SP, quando envolveu-se numa espécie de ampla mortalha para a versão de concerto da ópera. Marton está fazendo regime para suportar o ritmo imposto pela direção da atual montagem, que colocou várias escadarias em seu caminho. Leia trechos de sua entrevista à Folha. (AM) * Folha - Repetir a interpretação de "Barba Azul" pelo mundo parece ser importante para a senhora. Por quê? Eva Marton - Sou húngara e Bela Bartók é o maior compositor húngaro do século. É importante porque posso cantar em minha própria língua. Bartók sempre foi um ídolo meu, desde que eu era muito jovem. Enquanto minhas amigas tinham na parede do quarto fotos de astros do cinema, eu tinha uma foto de Bartók. Ele tinha os mais belos olhos... Eram olhos fortíssimos numa figura de homem frágil. E seus olhos refletiam exatamente a sua música. Cantar Bartók é uma forma de eu reencontrar minhas raízes húngaras. Marton - O que mostra o libreto dessa ópera? Folha - Nunca vá muito longe numa relação amorosa. Ir muito longe às vezes significa abrir mão de individualidades. Reserve sempre um último segredo e uma última porta a ser aberta. Tome esse cuidado, e então viva a relação. Folha - Que tal dividir a noite no Rio com Renata Scotto? Marton - É uma mulher adorável e estou amando dividir a noite com ela. Eu a vi tantas vezes no palco, desde a época em que ainda estudava música, e sempre gostei. Eu a vi em Budapeste, em minha época de estudante, cantando a "Traviatta", e lhe digo que ela estava absolutamente perfeita. Quero ter oportunidade de ir jantar com ela e com meu marido. Texto Anterior: Scotto e Marton dividem noite no Rio Próximo Texto: Italiana se preocupa com vestido Índice |
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