São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 1997
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Reforma de FHC é medíocre, diz ex-tucano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-governador cearense Ciro Gomes criticou o PT e o governo Fernando Henrique Cardoso no lançamento da sua candidatura à Presidência da República pelo PPS.
Ciro deixou o PSDB, partido de FHC, e se filiou ao PPS em setembro. Para o ex-tucano, as reformas propostas por Fernando Henrique são "imprestáveis".
"As reformas são tão medíocres, tão sem profundidade e tão concessivas à barganha politiqueira dominante neste governo que, se fossem aprovadas, repercutiriam em 1% ou 1,5% no Produto Interno Bruto", afirmou.
Ciro participou ontem do encontro nacional do PPS, que aprovou o lançamento da sua candidatura à Presidência da República e as linhas básicas de uma proposta de governo.
Com base nessa proposta, o presidente do PPS, senador Roberto Freire (PE), e Ciro vão negociar a formação de uma frente de centro-esquerda.
"Não pode haver imposição, mas é necessário que o partido tenha um candidato para mobilizar a militância e para que possamos iniciar a campanha e as articulações", afirmou Freire, ao anunciar a candidatura de Ciro.
Para o ex-governador, a sua candidatura não será obstáculo à formação da frente de oposição a FHC, que incluiria PPS, PT, PDT, PSB, PV, PC do B e setores do PMDB e PSDB.
"Se ela (a candidatura) precisar ser removida para que a frente aconteça, eu também estou absolutamente disposto", afirmou.
Segundo Ciro, embora o PT tenha restrições à sua candidatura, a participação do partido na frente não está descartada.
"É preciso ter paciência com o PT. Eles estão muito nervosos por causa das dificuldades internas, mas não se constrói um processo com vetos", afirmou.
Para o ideólogo de Ciro, Roberto Mangabeira Unger, dificilmente o PT participará dessa frente e, consequentemente, haverá duas candidaturas dos partidos de centro-esquerda.
"Acho difícil, no início do processo, o PT renunciar a uma candidatura própria", disse.
"Mas, se se confirmar uma comoção nacional em torno do Ciro, acredito que o PT vai rever essa posição", completou.
O ex-governador reafirmou ontem que não disputará a eleição contra o ex-presidente Itamar Franco -do qual foi ministro da Fazenda- um dos possível candidatos do PMDB.
Aos membros do Diretório Nacional do PPS, no entanto, Ciro fez discurso de candidato:" A vitória, se não for para nós agora, será para a sociedade brasileira, muito mais cedo do que se espera".
A proposta de governo aprovada ontem pelo PPS inclui reforma do Estado, tributária, previdenciária e administrativa, reforma agrária e urbana e definição de políticas industrial, agrícola e tecnológica.
Fortalecimento do Mercosul, investimentos em educação e saúde e combate à violência também fazem parte das linhas básicas da proposta do PPS.

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