São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 1997
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Motoristas de ônibus ameaçam parar SP

ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os motoristas de ônibus de São Paulo prometem paralisar cinco dos principais terminais da cidade amanhã, durante a votação do projeto que acaba com o serviço legalizado de lotações.
A sessão de votação da Câmara Municipal deve começar às 15h.
A categoria -assim como as empresas de ônibus- é favorável ao projeto e vai fazer a manifestação para contrapor os protestos que serão feitos pelos perueiros em frente à Câmara Municipal.
A paralisação dos terminais Santo Amaro, Santana, Itaquera, Bandeira e Dom Pedro significaria a interrupção do transporte por ônibus em praticamente todas as regiões da cidade.
A decisão foi tomada na manhã de ontem por 78 pessoas, em reunião liderada pelo diretor do sindicato José Carlos da Silva.
Silva é candidato à presidência do sindicato (a eleição vai ocorrer no início de novembro) e disse ser oposição ao atual presidente, José Alves do Couto Filho, o Toré.
"O Toré não tem mais força nenhuma. Por isso vamos liderar a manifestação para defender os interesses da categoria", afirmou.
Toré está em Salvador, na Bahia, e disse apoiar Silva à presidência do sindicato dos condutores. Ele não estará em São Paulo amanhã, mas afirmou que haverá paralisações em apenas dois terminais: Dom Pedro e Bandeira.
Segundo Toré, a manifestação será coordenada por um diretor do sindicato, que ele identificou apenas como Corujinha, apontando-o como seu principal aliado.
Conflito
José Carlos da Silva diz que sua intenção é parar a cidade para mostrar à população a insatisfação da categoria. "Nosso emprego está em jogo. Cerca de 5.500 companheiros perderam seus empregos nos últimos meses por causa dos perueiros."
Silva faz esse raciocínio baseado no fato que, nos últimos dois anos, cerca de 900 mil passageiros por dia migraram dos ônibus para a peruas. "Com isso, a frota de ônibus teve de ser diminuída."
Ele diz querer evitar conflitos com os perueiros . "Cada um vai defender o seu lado e cabe ao poder público avaliar o que é melhor para o transporte público."

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