São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 1997 |
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Faltam grandes nomes...
CARLOS RENNÓ
O livro é valorizado por informações que o autor -pesquisador e produtor de programas de MPB- só obteve por ter conhecido pessoalmente vários compositores da velha guarda. Num resumo que dá conta do essencial, a narração flui em linguagem agradável como seu tema, ilustrado com 400 fotos com legendas em ordem cronológica, tornando o volume mais rico. São virtudes de uma obra destinada sobretudo a leitores jovens, para os quais serve de introdução mais que recomendável ao assunto. Albin fala com autoridade de revitalizações do samba, mas mostra dificuldade em aceitar um movimento como a jovem guarda e limitação da visão que passa do tropicalismo. Desse, a grande força, na sua opinião, estava nos versos, "influenciados pelos poetas Augusto de Campos e Décio Pignatari", erroneamente chamados por ele de "neoconcretos". Por outro lado, sua escolha pessoal é (inevitavelmente?) lacunar. Ele deixa de lado, por exemplo, os mineiros Beto Guedes e Lô Borges, além dos letristas Fernando Brant e Ronaldo Bastos. Dentre paulistas, não só o sambista Paulo Vanzolini ("Ronda") é esquecido. Uma das mais originais contribuições de São Paulo à modernidade da MPB, a dos criadores na linha experimental (Arrigo Barnabé etc.), fica absolutamente à margem. Essas ausências tornam-se mais notadas na medida em que, em contrapartida, ao final, aparecem com destaque nomes (e fotos) de, digamos, Cláudia Sandroni. Nada disso desacredita o livro, apenas faz uma exigência de qualidade a que ele, quase completamente, atende. Texto Anterior: Livro proporciona painel curioso Próximo Texto: Imagens são imperdíveis Índice |
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