São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997
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Stansfield é cor pastel do pop

CAMILO ROCHA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Na ampla e multicolorida paisagem do pop de fim de milênio, como fica Lisa Stansfield? Um detalhe em cor pastel e nada mais.
Detalhe aliás idêntico a outros detalhes que existem aos milhares nas regiões mais rasteiras do pop dos anos 90: soul-pop meio dançante meio romântico, com vocal de qualidade.
É música que acha que está exalando classe, mas que acaba soando para quem não gosta como o maior número de clichês já registrados por seus ouvidos.
Soul-pop, com suas hoje obrigatórias pinceladas de disco, suas ginásticas vocais de sempre. É o som de comerciais de cigarros light, o som de piano-bar onde executivos se encontram para o happy hour.
Um gigantesco piano-bar foi o que o Olympia virou no show da inglesa Lisa Stansfield. Onde seria a pista, foram colocadas mesas compridas, em tamanho festa italiana no Bixiga, deixando um espacinho lá na frente para umas dez pessoas dançarem.
Lisa e sua banda de nove músicos se limitaram a fazer seu trabalho com precisão clínica. Tocaram basicamente músicas do último disco, "Lisa Stansfield", como "The Line" e "The Real Thing", entrecortadas com faixas de seus três álbuns anteriores.
Que o público adorou, isso ninguém pode discutir. Só prova que comerciais de cigarros light ainda fazem a cabeça de muita gente nos dias de hoje.

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