São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Freeman é o abolicionista de Spielberg
ADRIANE GRAU
O ator, que se tornou figura carimbada em Hollywood por suas performances em "Conduzindo Miss Daisy" e "Seven - Os Sete Pecados Capitais", repete o papel de anjo salvador em "Beijos que Matam" ("Kiss the Girls"), com estréia prevista no Brasil para 28 de novembro. Ele se recusa a comparar seu novo personagem com o detetive que interpretou em "Seven". "Eu não tinha barba em 'Seven', mas sim cabelos grisalhos", começa a explicar, num tom de voz que vai aos poucos se elevando. "Um cara é velho, outro é jovem. Um está em Nova York, outro está em Washington. Um está estragado pela vida, cansado, o outro é um bem-sucedido médico. O outro era um detetive, esse é um psicólogo criminal. Os diálogos são diferentes, o estúdio é diferente, a trama é diferente. A única coisa que é a mesma sou eu." Ele parece não ver no filme o que o público vê e muda de assunto para contar a experiência de interpretar o abolicionista Theodor Johnson no inédito "Amistad", de Steven Spielberg. "Spielberg é excepcional. É divertido estar perto dele, é divertido assisti-lo trabalhar e é divertido receber ordens dele." Segundo o ator, "Amistad" será um evento, não apenas um filme. "Marcará um momento memorável na história do racismo nos Estados Unidos", diz Freeman, que traz no nome a expressão "homem livre". Responsável por grandes momentos numa carreira impecável, ele tem dificuldade em definir seu apelo junto ao público. "Ter o nome de Morgan Freeman nos créditos dá classe a qualquer filme", afirma o veterano produtor David Brown, responsável por "Beijos que Matam". Parte do sucesso de Freeman é confirmada pelos atores que trabalharam a seu lado. Gwyneth Paltrow, por exemplo, afirmou que Freeman, e não Brad Pitt, era o homem mais sexy do mundo, após trabalhar com o ator em "Seven". Ashley Judd, que divide a tela com ele em "Beijos que Matam", desfia um rosário de elogios a Freeman. "Ele é atraente, escapadiço e divertido. Sua atuação se traduz na ausência de emendas. Você sabe que há alguma estrutura, mas não há traço dela na tela. Ele é sutil e natural", diz a atriz. "Sinto-me ótimo quando escuto algo assim", sorri o ator. "Acho que sou uma mistura fácil. Combino com tudo, sou o preto básico." Texto Anterior: 'Rolling Stone', a revista, faz 30 anos Próximo Texto: "Beijos que Matam" manipula medo Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |