São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997
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Contas públicas têm déficit de R$ 39 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As contas de União, Estados, municípios e estatais apresentaram em agosto os melhores resultados desde 1995.
Apesar da melhora neste ano, o déficit público brasileiro ainda é muito alto. Pelo critério nominal, utilizado nos países desenvolvidos e que leva em conta o efeito da inflação, o déficit está em 4,68% do PIB, ou R$ 39 bilhões.
No período de 12 meses encerrado em agosto, o setor público teve déficit equivalente a 2,88% do PIB (Produto Interno Bruto, total das riquezas produzidas no país), pelo chamado critério operacional -que mede o crescimento da dívida descontando os efeitos da correção monetária.
Em agosto de 96, o déficit operacional estava em 5,22% do PIB. A redução, segundo o chefe Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, é consequência de menores gastos com juros.
Ao lado do déficit comercial (quando as importações superam as exportações, provocando perda de dólares), o déficit público é uma das principais ameaças ao Real.
Quando gasta mais do que arrecada, o governo é obrigado a tomar dinheiro emprestado. Como não há, no mercado interno, dinheiro suficiente para cobrir o rombo do setor público, o país precisa atrair capital externo para fechar suas contas.
Assim, aumenta a fragilidade da economia, que fica mais dependente de recursos estrangeiros.
O déficit diminui a credibilidade do governo, que, no momento de tomar dinheiro emprestado, tem que pagar juros mais altos.

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