São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Luz Vermelha 2
NELSON DE SÁ
Dois meses depois de libertado o Bandido da Luz Vermelha, o que levou a televisão ao delírio, lá foi uma equipe da CNT verificar o que acontecia com João Acácio, de volta à família. Diante da câmera, das perguntas, do carro da emissora, a família dissolveu. A imagem repetida à náusea, toda a tarde, apresentava o Bandido da Luz Vermelha sendo golpeado com um banco e desfalecendo. Wagner Montes, chamando para a cobertura: - Viram ele caindo? Deu-lhe com o banco nas costas. Um negócio fantástico. Olha que absurdo! E avisava, "tem muito mais". Como a cena entre João Acácio, sua tia e sua sobrinha. Diante dele, a tia falava à câmera: - Este vagabundo tinha apartamento em São Paulo, em Curitiba. Ele era um bandido, um ladrão! Voltando-se para ele e batendo com um saco plástico de supermercado: - Vagabundo! Vagabundo! Vagabundo! E a sobrinha: - Mãe! Mãe! Mãe! Uma de muitas cenas dramáticas, apresentadas aos pedaços, aos poucos, durante a programação e no próprio CNT Jornal, para alavancar e manter a audiência. Como uma telenovela. * Na teledramaturgia corrente, a Record anuncia melodramaticamente para amanhã um novo capítulo na "guerra santa": - Toda a realidade. Sexo na Igreja! Fatos inéditos. Você não pode perder! * E tem Hélio Gueiros Jr., o alucinado vice do Pará. Ontem demitiu o presidente do banco estadual e, insatisfeito, mandou um coronel da Polícia Militar ordenar que o demitido -ainda oficialmente no cargo- deixasse o prédio do Banpará. E mais. Nomeou uma funcionária, de nome Maria de Fátima, para a vaga. No Jornal da Band: - Ela se recusou a assumir o cargo e fugiu. Ele nomeou outra. Texto Anterior: Ato contra presidente terá bodes e bananas Próximo Texto: Líder diz que não há clima para votar lei Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |