São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997
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Juiz considera improcedente ação para anular venda de "O Dia"

DA SUCURSAL DO RIO

Os herdeiros de Antônio de Pádua Chagas Freitas, que foi governador do Rio entre 1979 e 1983, perderam a primeira disputa no processo que movem para tentar recuperar a propriedade do jornal "O Dia", vendido por Chagas Freitas em 1983 ao atual dono, Ary Carvalho.
O juiz da 4ª Vara Cível, Édson Queiroz Scisínio Dias, considerou improcedente o pedido de anulação da venda, que, segundo os autores da ação, teria sido feita a "preço vil" porque o político estaria mentalmente doente.
O processo foi aberto em 1995 pela viúva de Chagas Freitas, Zoé, seus filhos, Cláudio e Márcia, e seu neto Cristiano. O advogado da família, Sérgio Bermudes, disse que recorrerá da decisão.
Chagas Freitas, que também governou o extinto Estado da Guanabara entre 1971 e 75, morreu em 1991, aos 77 anos.
16 testemunhas
Para tentar apurar qual era o estado de saúde mental de Chagas Freitas à época da venda, foram ouvidas 16 testemunhas, entre amigos, conhecidos e médicos do político. Também foram feitas perícias no preço pago por Carvalho (cerca de US$ 1,66 milhão) e no valor de imóveis de "O Dia".
Segundo Eduardo Sérgio de Souza, advogado de Carvalho na ação, "não há possibilidade de que Chagas estivesse demente" ao realizar a venda.
Ele também afasta a hipótese de o preço pago ter ficado abaixo dos valores de mercado.
O advogado afirmou que há no processo declarações escritas do presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho, do ex-prefeito Paulo Maluf e do ex-deputado Aloysio Teixeira.
Eles atestam, conforme Souza, que Chagas lhes oferecera "O Dia" em condições semelhantes às que foram aceitas por Carvalho.

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