São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997
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Venda da indústria cai 18%, mas é maior do que a de 1994

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria eletroeletrônica pouco reagiu à proximidade do final do ano. Em setembro, as indústrias venderam, em unidades, 17,89% menos que em igual mês do ano passado.
Um pequeno aquecimento nos negócios -crescimento de 5,33% nas vendas físicas- foi verificado na comparação com agosto. No acumulado de janeiro a setembro, a venda do setor, em unidades, caiu 4,47% sobre a de igual período de 96.
"Não há sinais de mudança desse cenário. As vendas vão continuar caindo na comparação com as de 96", diz Roberto Macedo, presidente da Eletros, que reúne os fabricantes.
Pelo levantamento da Eletros, a queda na receita das empresas neste ano será ainda maior que a do volume. A indústria eletroeletrônica deve faturar neste ano cerca de US$ 11 bilhões, 20% menos que em 1996 (US$ 13,8 bilhões).
Com esse resultado, o setor volta a registrar faturamento semelhante ao de 1995, que somou US$ 11,9 bilhões. "Não dá para prever um resultado melhor. Já estamos em outubro e as encomendas para o final do ano continuam lentas."
Ricardo Etchenique, diretor da Multibrás, que comercializa as marcas Brastemp e Consul, diz que não há fato novo na economia que possa estimular a venda neste final do ano.
Segundo ele, a Multibrás deve vender neste mês 10% mais do que em setembro, mas 5% menos que em outubro de 96. "O desemprego é um grande inibidor do consumo."
Produtos importantes das linhas branca (eletrodomésticos) e marrom (aparelhos eletrônicos) registram queda expressiva no volume de vendas neste ano.
Apesar dessa queda no ritmo de vendas sobre o do ano passado, vale lembrar que, na comparação com igual período de 1994, a venda da indústria eletroeletrônica está 65% maior.
As empresas que estão conseguindo um melhor desempenho, segundo fabricantes, são aquelas que diversificaram as suas linhas e apostaram até em produtos mais sofisticados.
Os televisores de tela grande, por exemplo, estão registrando saltos de venda. Pelos dados da Eletros, antes do Real, essas TVs participavam com 7% do mercado total, que foi 4,9 milhões de unidades em 1994.
No final do ano passado, esse percentual já havia subido para 14% e até o mês passado já estava em torno de 18%. Em 96, segundo os fabricantes, o país consumiu 8,5 milhões de TVs.

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