São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997 |
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Chef francês cozinha para os paulistanos
JOSIMAR MELO
O cenário para a celebração é o restaurante da boate O Leopolldo. Uma mesa nos restaurantes dirigidos por Ducasse na França requer reservas com semanas de antecedência, e suas refeições são pagas com altas somas. Aqui também é necessário correr para fazer uma reserva, para pagar R$ 250 por pessoa -vinhos incluídos. Uma parte da renda será doada para instituições de caridade. Vale a pena? Em São Paulo, longe de seus fogões (embora escoltado por mais três chefs de sua brigada), será preciso pagar para ver. Mas na França, comer os pratos de Alain Ducasse é uma experiência necessária. O chef mais premiado Não por acaso, o francês se tornou, em 1990, aos 33 anos de idade, o mais jovem chef a ganhar as três estrelas do guia "Michelin" -o que aconteceu no restaurante Le Louis 15, do hotel de Paris, em Monte Carlo. Ousado e frenético, apesar da aparência pacata e quase tímida, em 96 ele resolveu assumir também o restaurante de Paris que pertencia ao melhor cozinheiro do mundo, Joel Robuchon, que se aposentou -isso, acumulando as funções que já tinha em Monte Carlo. E sem abandonar, diga-se de passagem, a orientação da cozinha de seu próprio hotel na Provence, La Bastide de Moustiers... O guia "Michelin" cassou-lhe uma estrela do Le Louis 15, mas lhe deu três em Paris. Acumulando cinco estrelas, Ducasse é o mais premiado chef da França. Isso, fazendo duas cozinhas muitos distintas: a provençal, lá no sul, uma cozinha simples e da terra (mas executada de maneira magistral), e outra mais clássica, em Paris. A principal qualidade de Ducasse é a de ser um artista capaz de dar um toque de gênio à simplicidade. Por isso, seu cardápio pode parecer ingênuo (como os pratos que servirá em São Paulo -veja quadro abaixo), quase incompreensível para quem espera um show pirotécnico de alta cozinha. Em Monte Carlo (onde, ao contrário do que pensa o guia "Michelin", reside o melhor de sua arte), pratos aparentemente tão singelos já provaram ser pequenas obras-primas. Nem sempre a arte culinária se repete quando se está longe de casa -mas não custa torcer para que em São Paulo Ducasse esteja no melhor de sua forma. Texto Anterior: Joel Pizzini revê as "estações" de Oswald Próximo Texto: Ducasse diz estar aberto a influências Índice |
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