São Paulo, sábado, 25 de outubro de 1997
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Meridional é saneado para privatização

Preço mínimo é R$ 210 milhões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo determinou que a CEF (Caixa Econômica Federal) comprasse por R$ 500 milhões a carteira de crédito imobiliário do Banco Meridional, para que este se tornasse mais atraente para a privatização.
Outros R$ 200 milhões foram desembolsados pela CEF para assumir créditos da carteira comercial do banco que poderiam gerar "dúvidas" no futuro, segundo o diretor de Fiscalização do Banco Central, Cláudio Mauch.
Em outras palavras, a CEF usou recursos próprios para limpar o Meridional de créditos pouco atrativos aos interessados na compra do banco.
Ontem, Mauch disse que foi necessário fazer uma "reestruturação" no Meridional para evitar discussões com o futuro comprador.
Em maio do ano passado, o governo suspendeu o leilão do Meridional, porque surgiram dúvidas sobre a qualidade dos créditos do banco. Na época, o banco tinha sido avaliado em R$ 438 milhões.
No edital de privatização divulgado ontem, o preço mínimo do banco caiu para R$ 210 milhões, menos da metade do valor inicial de avaliação.
O pagamento de 90% deste valor poderá ser feito com as chamadas "moeda podre" -títulos que são negociados com grande deságio pelo mercado.
Enxugamento
Um mês antes da divulgação do edital com as condições para a privatização, o Meridional pagou R$ 77 milhões à Receita Federal, referentes a deduções sobre operações financeiras.
Também foram demitidos 2.500 funcionários para possibilitar o saneamento do banco e fechadas 37 agências deficitárias.
Atualmente, o Meridional tem cerca de 7.000 funcionários e um total de 222 agências.
O diretor de Fiscalização do BC não informou o nível de inadimplência no Meridional, mas disse que "o processo de reestruturação resolveu este problema".
O balanço do Meridional ainda não foi fechado, mas em junho deste ano o seu patrimônio líquido era de R$ 260 milhões, segundo Mauch.
"O patrimônio líquido não deve ficar diferente do preço de venda", disse ele.
Mauch afirmou que há mais ou menos "meia dúzia" de bancos interessados em participar do leilão de privatização do Meridional.
Capital estrangeiro
Ele não confirmou se estrangeiros estão interessados em comprar o banco.
"O programa de privatização é de interesse do governo brasileiro. O aumento de capital estrangeiro será estudado caso a caso", afirmou o diretor do BC.
O leilão do Meridional está marcado para o próxima dia 4 de dezembro, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Os interessados podem se inscrever até o dia 5 de novembro.

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