São Paulo, sábado, 25 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bancários param sede do Bradesco

SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os bancários escolheram o maior banco privado do país, o Bradesco, como alvo da maior manifestação de sua campanha salarial, iniciada há cerca de um mês e meio.
Ontem, eles obstruíram por seis horas as entradas da sede do Bradesco na Cidade de Deus, em Osasco (SP). Lá funcionam setores importantes, como a compensação de cheques. A sede tem cerca de 330 mil m2 de área total.
A manifestação durou das 6h às 12h. Os seguranças da empresa calcularam que, até as 10h, menos de 300 dos 7.000 funcionários da unidades tinham conseguido entrar no local. Um deles seria o presidente do banco, Lázaro Brandão, que, de acordo com os manifestantes, teria chegado ao trabalho antes das 6h.
A assessoria de imprensa do Bradesco informou que a obstrução dos portões não afetou as operações da empresa. O banco não decidiu se irá punir os funcionários que participaram da manifestação, que foi tranquila, sem incidentes.
A última vez que os bancários pararam a sede do Bradesco foi em 1983. Na época, eles protestavam contra a obrigatoriedade de trabalhar durante os feriados na cidade de Osasco.
A manifestação de ontem fez parte da programação do encontro nacional de lideranças sindicais dos bancários em São Paulo.
À tarde, os sindicalistas realizaram uma assembléia para definir as estratégias da greve, que deve começar na quarta-feira.
Os bancários decidiram adotar estratégia semelhante à do ano passado. Em lugar de uma paralisação geral, vão concentrar o movimento em unidades de alguns dos grandes bancos com peso na mesa de negociação.
A idéia é evitar ao máximo a paralisação de agências e interromper o trabalho em unidades vitais para as empresas, como os centros de compensação.
"Não queremos atrapalhar a vida dos clientes, mas dos banqueiros", afirmou Ricardo Berzoini, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
As negociações estão paradas há cerca de três semanas, desde que os bancários recusaram a proposta da Febraban, a federação que reúne os bancos.
A Febraban ofereceu 4% de reajuste e 60% do salário, mais R$ 281, como participação nos lucros e resultados.
Os bancários, que são cerca de 488 mil em todo o país e têm data-base em 1º de setembro, querem 7,54% de reposição, 3,14% de resíduo, 22% de produtividade e participação nos lucros.

Texto Anterior: HSBC teme efeitos de liminar de acionistas
Próximo Texto: Setor esgota capacidade de crescimento
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.